“Vaiada sim, intimidada não”, disse Dilma em motivo dos palavrões recebidos no Itaquerão
Em nota, a presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta sexta-feira (13), que não vão intimidá-la os palavrões que ela e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ouviram ontem (12) no jogo entre Brasil e Croácia, em São Paulo, na abertura da Copa do Mundo. De maneira velada, comentou já ter suportado até as torturas no período da ditadura militar. “Passei por situações do mais alto grau de dificuldade, ao mais alto grau de limite físico; não suportei agressões verbais, mas físicas, quase insuportáveis, e nada me tirou do meu rumo”, e completou ainda Dilma “não serão xingamentos que vão me intimidar e atemorizar. Eu não me abato e nem abaterei”.
A plateia chegou a interromper a presidente com um coro pela reeleição. “Um, dois, três, é Dilma outra vez”, repetiam. A presidente criticou os autores dos xingamentos. Ontem, antes e durante o jogo, torcedores no estádio Itaquerão gritavam “Ei, Dilma, vai tomar no c…” e “Ei, Fifa, vai tomar no c…”. A presidente argumentou que as palavras ditas “não podem ser sequer escutadas pelas crianças e famílias”, e asseverou que a maioria dos brasileiros é educada e não tem esse pensamento sobre ela.
“O povo brasileiro não age assim, não pensa assim, não sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é civilizado, extremamente generoso e educado. Podem contar que isso não me enfraquece”, garantiu ela, ao final de seu discurso, na inauguração de um trecho do BRT Expresso DF, na região sul da capital federal.
A presidente disse ainda que os desafios da organização da Copa foram mais difíceis que os palavrões ouvidos ontem. “Não vai ser agora, depois de vencer o mais difícil, depois de superar esses desafios – uma revista disse que o estádio [de Brasília] ficaria pronto em 2021… depois de tudo isso, não vou me deixar perturbar por agressões verbais.”