SECA: Colapso d’água no Seridó poderá se tornar caso para Defesa Civil

Gargalheiras está com menos de 5% de sua capacidade hídrica.

Gargalheiras está com menos de 5% de sua capacidade hídrica.

O Açude Dourado está com menos de 1% de sua capacidade, no chamado volume morto.

O Açude Dourado está com menos de 1% de sua capacidade, no chamado volume morto.

“Currais Novos vive um drama com a estiagem”, de acordo com José Eudes, chefe da CAERN no município, que tem 28 anos como servidor da empresa responsável pela gestão de águas no Rio Grande do Norte. Conforme ele, a situação é a mais complicada por ele já vista, maior até que uma calamidade que atingiu o município de Cruzeta na década de 90.

Os dois reservatórios que abastecem a cidade são o Açude Dourado, em Currais Novos, e o Açude Marechal Dutra, conhecido como Gargalheiras, na vizinha Acari. O primeiro está apenas com 1% de sua capacidade, no chamado volume morto e é considerado zerado, visto que as bombas quando ativadas puxam lama imprópria para o uso. E o segundo, tem pouco mais de 5% de sua capacidade.

De longe, uma bela imagem. De perto, a paisagem é de cortar coração. Onde existia um mar de água, hoje deu local às pedras que só eram vistas até a época de sua construção, há mais de 50 anos. Essa é descrição do atual cenário do majestoso Gargalheiras, segundo maior reservatório de água do RN que hoje encontra-se com baixíssima disposição hídrica.

Apesar da redução do volume d’água do Gargalheiras nos últimos meses, segundo Eudes a qualidade da água melhorou. “Hoje a qualidade da água do Gargalheiras é melhor do que quando tínhamos na casa de 10% de água no reservatório”, disse.

O volume atual deve ser o suficiente para o abastecimento até o final de 2014. A perspectiva de fim da reserva de água do Gargalheiras deve fazer com que a CAERN implemente um sistema de rodízio de água ainda mais rígido do que o em vigor. Atualmente a cidade está dividida em seis zonas que recebem água uma vez por semana, o novo rodízio deverá dividir a cidade em 10 zonas que receberão água apenas três vezes por mês.

Com a baixa do volume do Gargalheiras, foi instalada uma bomba elevatória flutuante que serve para bombear a água que está abaixo do nível da comporta para o sistema de distribuição.

A situação é preocupante e de acordo com Eudes se não chover para abastecer os reservatórios, o colapso de água é inevitável. “Se chegar ao ponto de acabar a água do Gargalheiras e nós não tivermos como resolver, poderá ser que a CAERN acione a Defesa Civil para ajudar a resolver o problema, seja perfurando poços ou com carros pipas”, afirmou.

Fahad Mohammed / Jornal Expresso

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