RN: 87,8% dos 10.435 empregos perdidos em 2020 eram ocupados por mulheres

Foto: Magnus Nascimento

A destruição de postos de trabalho assalariado em 2020, ano inicial da pandemia, atingiu sobretudo as mulheres no Brasil. No Rio Grande do Norte, 87,8% dos 10.435 postos perdidos em 2020 eram ocupados por mulheres. Naquele ano, as empresas e outras organizações instaladas no RN possuíam 229.898 mulheres com carteira assinada, menor quantidade registrada nos últimos dez anos. Ante 2019, quando 239.060 estavam contratadas, a queda foi de 3,83%, o que significa uma redução de 9.162 mulheres ocupadas. No caso dos homens, houve redução de 0,42% no número de assalariados, que saiu de 299.896 em 2019 para 298.623 em 2020, ou seja, 1.273 trabalhadores a menos. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes a 2020 e divulgados nesta quinta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No País, dos 825,3 mil postos de trabalho perdidos em relação a 2019, 593,6 mil (ou 71,9%) eram ocupados por mulheres. Isso significa que a cada dez assalariados demitidos no ano, pelo menos sete eram mulheres. Em 2020, o número de homens trabalhando como assalariados caiu 0,9%, enquanto o de mulheres tombou 2,9%. De 2019 para 2020, o número total de trabalhadores assalariados em empresas e outras organizações ativas encolheu 1,8% no País, de 46,2 milhões de postos de trabalho para 45,4 milhões.

Em 31 de dezembro de 2020, as empresas e organizações formais ativas no País empregavam 52,697 milhões de pessoas, sendo 45,390 milhões delas assalariadas e 7,307 milhões na condição de sócio ou proprietário. Foi a maior retração nesse contingente desde 2016 (-4,4%). Por outro lado, 378,976 mil pessoas a mais se tornaram sócias ou proprietárias, aumento de 11,3% nesse contingente em apenas um ano. O IBGE ressalta que, apesar da pandemia, a redução de pessoal assalariado não foi a mais acentuada da série histórica em termos relativos. Os enxugamentos de mão de obra foram maiores nos anos de 2015 (-3,6%) e 2016 (-4,4%), em meio à recessão econômica.

Como consequência, houve piora no avanço da participação feminina no mercado de trabalho pela primeira vez na série histórica iniciada em 2009. A proporção de mulheres entre os assalariados das empresas formais do país caiu de 44,8% em 2019 para 44,3% em 2020. Em 2009, quando esses dados começaram a ser coletados, as mulheres representavam 41,9% da força de trabalho assalariada no setor formal.
“Reduziu a participação (das mulheres) no mercado formal de trabalho lá para o patamar de 2016”, disse Thiego Gonçalves Ferreira, gerente da pesquisa do IBGE. “A gente atribui a dois grandes fatores. Primeiro teve crescimento de assalariados em setores que empregam mais homens, como a construção. Ao mesmo tempo, a gente observou redução naqueles setores que mais empregam mulheres, que foi alojamento e alimentação, educação”, completou.

O pesquisador do IBGE ressalta ainda que atividades como a indústria de transformação e o comércio varejista tiveram perda maior de assalariados em segmentos com maior presença de trabalhadoras, como os de vestuário, acessórios e calçados. “Tem relação direta com a própria característica da pandemia, esses setores não eram atividades essenciais, e até a questão histórica da mulher ter de ficar mais presente em casa”, exemplificou Ferreira.

No País, as demissões de assalariados foram mais agudas nos segmentos de alojamento e alimentação (-373,2 mil trabalhadores), administração pública, defesa e seguridade social (-233,9 mil) e comércio (-221,7 mil). Os aumentos mais significativos ocorreram em saúde humana e serviços sociais (139,3 mil a mais) e construção (80,8 mil a mais).

Em termos relativos, o setor com maior corte de vagas assalariadas foi alojamento e alimentação, com retração recorde de 19,4%, seguido pelo segmento de artes, cultura, esporte e recreação, com tombo também histórico de 16,4%.

O salário médio pago pelas empresas do País caiu a R$ 3.043,81 em 2020, ou 2,9 salários mínimos, 3,0% a menos que o de 2019. A massa salarial encolheu a R$ 1,806 trilhão, queda de 6,0% frente a 2019, a maior da série histórica da pesquisa.

O Cempre mostra ainda que, em 31 de dezembro de 2020, as empresas e organizações ativas no Estado empregavam 528.521 pessoas. No ano anterior, o número era de 538.956. Em 2020, o RN tinha 124 mil pessoas assalariadas com nível superior ocupadas. Em 2019, esse número era de 123 mil. O crescimento significou um recorde na série histórica, iniciada em 2006. Em contrapartida, o pessoal ocupado sem nível superior completo caiu 2,9% em 2020 e atingiu a marca de 403 mil pessoas. Em 2019, esse número era 415 mil.

Tribuna do Norte


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