O perigo pela porta da frente.

Se há uma coisa que te acompanha todos os dias, esta coisa é sua sombra. Mas na ausência de luz ela some e o medo chega. Antes o temor se propagava no escuro. A imaginação um dia nos fez acreditar em rostos e monstros, estavam dentro do armário, debaixo da cama, batendo na janela. O tempo passa e os monstros crescem e se transformam, assim como nós. E surge a questão: Afinal, aprendemos a conviver com eles ou nos adaptamos a isso?

Passos apressados, carros com alarmes, cercas elétricas, câmeras de segurança, cadeados, correntes, ferrolhos, códigos. Vivemos dentro de celas, prisões confortáveis, que por ironia ainda denominamos de lar!
Saímos sem a certeza de voltar, e se voltar? Voltaremos bem?
Regressaremos com medo de chegar e não encontrar o que se conquistou. De ter entregado o suor de cada dia. E a sensação é triste, arrasadora, esmagadora, amedrontadora.

E a luz já não intimida. Pular muro é técnica atrasada. A entrada é pela frente, toca-se a campainha. Se o perigo morava ao lado, agora ele pode estar dentro de casa. Arma de fogo assusta mais do que cara feia, a maioria anda muito bem vestido por sinal.

Se há uma hierarquia que funcione muito bem no Brasil, esta se chama crime.
Reflexo da desigualdade, da ausência da educação, de fatos culturais… É tudo isso e mais um pouco. 
Furtaram-nos há muito tempo a liberdade. E não entendo porque hesitamos em pagar na mesma moeda. Furtar o título do Brasil, de um dos países mais violentos da América Latina.

Não sujaríamos as mãos, nem os nomes, muito menos a reputação.
 
Postado por: Letícia Marina

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