Ministro da Justiça negocia solução para racha entre Ministério Público e Polícia Federal

2014-777864136-2014-701535187-2014032710189.jpg_20141219.jpg_20141220

BRASÍLIA – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, entrou em ação para tentar evitar que um racha entre as cúpulas da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) atrapalhe as investigações sobre a ligação de parlamentares com fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras. Devido a divergências entre procuradores e delegados sobre o método de investigação, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a suspensão temporária dos depoimentos de políticos, pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Cardozou tentou negociar uma solução. No início da noite desta quinta-feira, teve longa reunião com o diretor da PF, Leandro Daiello. Ainda hoje, iria conversar com Janot. À tarde, após reunião com parlamentares da CPI do HSBC, Cardozo disse que buscaria um entendimento:

— Não pouparemos esforços para que harmonia continuem acontecendo da melhor forma possível — disse.

Janot pediu a suspensão dos depoimentos porque considerou que a PF está se precipitando. Para procuradores responsáveis pela Lava-Jato, delegados estariam intimando e interrogando parlamentares sem a informação necessárias para aprofundar a apuração.

Em geral, depoimentos de investigados, considerados peças de defesa, ocorrem no final de um inquérito. Desta vez, a PF teria invertido essa ordem, ouvindo deputados e senadores antes de ouvir outras pessoas e, assim, levantando dados adicionais para confrontar com respostas dos investigados.

A queda-de-braço teria como pano de fundo a tentativa de delegados de botar em pauta a discussão da PEC 412, que transforma a PF em agência autônoma. A suspensão dos depoimentos gerou críticas no STF à Procuradoria-Geral da República e à PF. O ministro Marco Aurélio Mello disse que a crise pode atrasar os trabalhos e defendeu que os dois órgãos se restrinjam a cumprir suas atribuições:

— O inquérito busca a verdade e é preciso que as instituições funcionem nas áreas reservadas pela lei. A Polícia Federal, o Ministério Público, e, capitaneando, o STF, personificado no ministro-relator. Não é uma coisa boa o desentendimento entre autoridades — disse Marco Aurélio.

Outro ministro, que pediu anonimato, destacou que a procuradoria e a PF devem ser preocupar mais com o desenvolvimento do trabalho do que com “disputa institucional”.

A Associação dos Delegados da Polícia Federal, em nota, disse que “repudia” o pedido da procuradoria. Para a entidade, a ação fere a autonomia da PF e busca subordiná-la a Janot. “O que a entidade rejeita é a intenção de um controle exclusivo do Ministério Público Federal sobre a PF. Tendência essa cada vez mais evidenciada na postura institucional do Ministério Público Federal de promover o esvaziamento e o enfraquecimento da Polícia Federal com o nítido objetivo de transformá-la de uma polícia judiciária da União em uma verdadeira polícia ministerial sob o comando de Janot”, diz a nota.


Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza