Justiça condena ex-juiz Rocha Mattos a 17 anos de prisão

Rocha-mattos

SÃO PAULO – O juiz federal de São Paulo Paulo Bueno de Azevedo condenou o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos a pena de 17 anos, cinco meses e dez dias pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A sentença foi proferida no último dia 31, mas tornada pública nesta segunda-feira. Rocha Mattos é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de possuir depósitos no exterior de US$ 12 milhões (equivalentes a aproximadamente R$ 38,4 milhões), não declarados ao Fisco e sem comprovação da origem. O ex-juiz já havia sido condenado em 2004, dentro da Operação Anaconda, a pena de 24 anos de prisão por vender sentenças. Ele foi afastado do cargo, ficou preso oito anos e está em liberdade desde 2011. Rocha Mattos pode apelar da nova condenação em liberdade.

Segundo o procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pela ação, Rocha Mattos, “recebeu valores sem origem justificada e remeteu ilegalmente quantias para uma conta bancária na Suíça com o auxílio da ex-mulher, Norma Regina Emílio Cunha, e do irmão dela, Júlio César Emílio”.

Além da pena de prisão, Rocha Mattos foi condenado ao pagamento de multa equivalente a 303 salários mínimos. Norma foi sentenciada a 15 anos e dois meses de prisão e a pagar 257 salários mínimos a título de multa. Ambos deverão cumprir pena em regime inicial fechado, mas poderão recorrer em liberdade. Já Júlio César, que auxiliou a irmã na prática de evasão de divisas, teve a pena de reclusão de três anos e seis meses substituída por prestação de serviços e pagamento de R$ 10 mil a uma instituição social indicada pela Justiça. Ele também deverá pagar multa no valor de 60 salários mínimos.

Segundo Grandis, o ex-juiz Rocha Mattos mantém ilegalmente os US$ 12 milhões em uma contra no banco suíço BNP Paribas, vinculada a Norma e Rocha Mattos. “As remessas de dinheiro foram feitas sem conhecimento do Fisco, nem autorização”. O juiz que o condenou, Paulo Bueno de Azevedo, diz que “diante da falta de comprovação sobre a origem dos recursos, existem provas suficientes de que os réus cometeram a lavagem de ativos ao enviarem as quantias para o exterior”.

Além dos valores milionários na Suíça, Rocha Mattos teve recursos não declarados identificados em outras três ocasiões. Segundo a acusação do MPF, na primeira vez, em 2003, os investigadores encontraram US$ 550,5 mil na casa de Norma e o equivalente a R$ 790 mil em contas no Brasil e no exterior, uma delas cedida por um amigo para facilitar a ocultação dos valores. Depois, após a quebra do sigilo bancário da ex-mulher de Rocha Mattos, o MPF constatou um depósito de R$ 116 mil oriundo de uma companhia que tinha relações com o empresário Enrico Picciotto, absolvido em 2000 pelo então juiz federal em um processo por crimes contra o sistema financeiro. Esses R$ 116 mil foram resultado da venda de sentença por parte de Rocha Mattos, segundo apurou o MPF, ainda dentro da Operação Anaconda.

“De fato, as declarações de imposto de renda de ambos não mencionavam tais valores, e como ambos, de qualquer modo, não poderiam ter adquirido semelhante soma de forma lícita, a única origem possível de tal montante é a prática dos crimes contra a Administração Pública cometidos por João Carlos da Rocha Mattos, quando do exercício do cargo de juiz federal”, disse o juiz Paulo Bueno de Azevedo em sua sentença.

Com informações de O Globo.


Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza