Emenda que reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos é derrotada na Câmara

A rejeição da emenda constitucional que reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos foi uma derrota pessoal do presidente da Câmara, o evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Porém, ele não se deu por vencido. Está decidido a realizar uma nova votação. Submeterá à apreciação dos deputados uma proposta mais draconiana. Reduz a maioridade para todos os crimes, não apenas os hediondos.

Nesta quarta-feira (1º), Cunha começa a negociar com os líderes uma data para realizar a nova votação. Para tentar evitar uma segunda derrota, os partidários da criminalização de menores planejam seduzir colegas que votaram contra a alteração do texto constitucional. Como a votação foi aberta, o mapa da mina é a lista de votantes.

Para que uma emenda constitucional prevaleça, são necessários 308 votos — em dois turnos de votação. Na sessão da noite passada, a maioridade penal de 18 anos foi salva por cinco votos. O placar eletrônico registrou 303 votos a favor da redução e 184 contra. Houve três abstenções. Em tese, bastaria atrair os três indecisos e virar mais dois votos para modificar o placar. Mas a coisa pode não ser tão simples.

Muitos deputados só votaram “sim” porque a emenda que foi a voto não nivelava todos os menores infratores. Criminalizaria apenas os que cometessem crimes graves. Por exemplo: estupro, tortura e roubo seguido de morte. Essa emenda nascera de uma negociação do PSDB com Eduardo Cunha. Não é certo que o tucanato renove o apoio quando for a voto a proposta mais dura.

Em caso de nova derrota, Eduardo Cunha ainda poderá realizar uma terceira votação. Nessa hipótese, levaria a voto emendas mais brandas. Numa delas, o deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) propõe a emancipação de menores que cometerem crimes graves. Caberia a promotores e juízes juízes decidir em que casos os menores de 18 anos seriam punidos como maiores de idade.

Há, de resto, a possibilidade de o Senado se antecipar à Câmara, aprovando uma proposta que endurece as punições previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA. O autor é o senador José Serra (PSDB-SP). O relator é José Pimentel (PT-CE). Na sua versão final, o texto prevê a elevação de três para até oito anos do prazo de internação dos menores que cometerem crimes graves.

Essa proposta de Serra tem o apoio do governo. O Planalto enxerga nela um bom meio-termo. Agravam-se as punições sem mexer na maioridade penal. O projeto deveria ter sido votado nesta terça-feira. Mas alguns líderes partidários pediram a Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, que adiasse a análise da matéria. Sem consenso, Renan concordou.

Josias de Souza

Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza