Em forte alta, dólar passa de R$ 3,40

O dólar registrou forte alta ontem e, pela primeira vez em 12 anos, fechou acima de R$ 3,40. O dólar comercial subiu R$ 0,054 (1,59%) e encerrou o mês de julho vendido a R$ 3,425, no maior valor desde 20 de março de 2003 (R$ 3,478). A valorização ocorreu em mais um dia de turbulência no mercado financeiro.Com a sessão de ontem, o dólar acumula em 2015 alta de 28,8% em 2015. Apenas em julho, a cotação subiu 10,2% em relação ao real, na maior alta mensal desde março, quando tinha subido 11,7%.

Desde que a equipe econômica anunciou, na semana passada, a redução para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), o dólar passou a subir. Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, a possibilidade de o país perder o grau de investimento das agências de classificação de risco tem pressionado o câmbio.

A alta do dólar ocorreu no dia em que o Banco Central divulgou que as contas do setor público (União, estados, municípios e estatais) registrou déficit primário de R$ 9,3 bilhões em junho, o pior resultado para o mês. No primeiro semestre, o superávit primário acumulado somou R$ 16,2 bilhões, o resultado mais baixo para o período, obtido exclusivamente pelo esforço fiscal dos estados e dos municípios.

Diferentemente dos últimos dias, em que fatores externos contribuíram para a alta do dólar, a cotação não subiu em relação às principais moedas do mundo. Ontem, o dólar caiu em relação ao euro, depois de terem sido publicados dados econômicos que mostram a estabilidade da inflação na zona do euro e a redução do ritmo de subida dos salários nos Estados Unidos.

Revisão

Com as cotações encerrando julho acima dos R$ 3,40, parece claro que os tempos de dólar mais baixo, na faixa dos R$ 3,15, como visto no início do mês, ficaram para trás. Mauro Schneider, economista da MCM Consultores Associados, disse que a consultoria revisará as projeções nos próximos dias porque os R$ 3,15 que estavam prevendo para o fim do ano ficaram “obsoletos”. “Há muito tempo não vejo tamanha frequência na revisão de projeções como temos visto.”

“Nessa virada de julho, já imaginávamos que o dólar ficaria mais forte. Só que o movimento foi potencializado pelo fiscal horrível do governo”, comentou Faria Júnior, da Wagner. “A chance de perda de grau de investimento é enorme. A Páscoa do ano que vem (no fim de março) pode ser uma data chave, porque a S&P costuma levar em média nove meses para fazer uma nova avaliação sobre o País. E neste momento o primeiro trimestre de 2016 já estará fechado.” Faria Júnior diz que, por isso, fica difícil “recomendar venda de dólar”, ainda mais em um ambiente de indefinição política e até possibilidade de impeachment da presidente.

Efeitos

Com a alta do dólar, viagens dos brasileiros para o exterior ficam mais caras e produtos importados também tendem a pesar mais no bolso do consumidor e de empresas que usam insumos vindos de outros países. Ao mesmo tempo, o Brasil fica “mais barato” e atrativo para os turistas estrangeiros. Para as empresas exportadoras, a alta da moeda também é boa e favorece a competitividade das vendas.

Tribuna do Norte

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