Em 4 de junho de 1898 nascia Virgulino Ferreira da Silva, o cangaceiro Lampião

O terceiro filho do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva e de sua mulher Maria Lopes recebeu o nome de Virgulino Ferreira da Silva e iria inscrevê-lo a ferro e fogo na história do Nordeste e do Brasil. Antes disso, porém, teve uma infância e uma adolescência comum a todos os meninos de uma baixa classe média sertaneja: aprendeu a ler e a escrever, mas logo foi ajudar o pai, pastoreando seu gado.

Freqüentava as feiras das cidades próximas às terras da família, onde ouvia os violeiros e os poetas de cordel narrarem as aventuras dos cangaceiros, que povoavam o imaginário popular nordestino, sendo simultaneamente heróis e bandidos. Aliás, para as crianças da região brincar de cangaceiro e polícia era uma variante local do atual “mocinho e bandido”.

As rixas entre famílias eram freqüentes no sertão, em especial quando envolviam questões acerca dos limites das propriedades e uma dessas rixas envolveu a família de José Ferreira da Silva com seu vizinho José Saturnino. Além de alguns tiroteios, o conflito terminou com a decisão de um coronel local em favor de Saturnino.

Revoltado, Virgulino e dois irmãos teriam se juntado ao bando do cangaceiro Sinhô Pereira, em busca de vingança. Corria o ano de 1920 e – devido a sua capacidade de disparar consecutivamente, iluminando a noite – Virgulino ganhou o apelido de Lampião. Possivelmente em função disso, a polícia cercou o sítio da família e matou seu pai a tiros. Resultado: Lampião e os dois irmãos entraram definitivamente para o cangaço.


Em 1922, Sinhô Pereira deixou o cangaço. Lampião assumiu a liderança do bando que praticou ações de banditismo nos quatro anos seguintes, atuando nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Em 1926, refugiou-se no Ceará e recebeu uma intimação do padre Cícero. Compareceu a sua presença, recebeu um sermão por seus crimes e ainda a proposta de combater a Coluna Prestes que, naquela época, se encontrava pelo Nordeste.

Em troca, Lampião receberia anistia e a patente de capitão dos Batalhões Patrióticos, como se chamavam as tropas recrutadas para combater os revolucionários. O capitão Virgulino e seu bando partiram à caça de Prestes, mas ao chegar a Pernambuco, foi perseguido pela polícia e descobriu que nem a anistia nem a patente tinham valor oficial. Voltou, então, ao banditismo.

Em 1927, encorajado pela própria fama, tentou invadir uma cidade maior do que as habituais: Mossoró, no Rio Grande do Norte. A população, porém, se uniu e rechaçou os cangaceiros. No ano seguinte, Lampião incluiu a Bahia nos locais onde praticava seus crimes.

Em fins de 1930 ou começo de 1931, escondido na fazenda de um coiteiro – nome dado a quem acolhia os cangaceiros – conheceu Maria Déia Nenén, a mulher de um sapateiro, que se apaixonou por ele e com ele fugiu, ingressando no bando. A mulher de Lampião ficou conhecida como Maria Bonita e, a partir daí, várias outras mulheres se integraram ao bando.

Um pouco pela ambiguidade da vida dos cangaceiros – que às vezes atuavam como justiceiros, auxiliando os pobres, um pouco por contarem com o auxílio de coronéis a quem prestavam serviços, um pouco pela incompetência das autoridades locais, bem como pelo descaso do Governo federal, a vida de crimes do bando de Lampião prosseguiu por mais seis anos.

Afinal, o bando foi cercado na fazenda de Angicos, no atual município de Poço Redondo, em Sergipe, onde estavam acampados. Foram pegos de surpresa e muitos não conseguiram escapar. Entre eles Lampião e Maria Bonita. Os cangaceiros foram decapitados e suas cabeças ficaram expostas no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, até 1968.


Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza