“Ele judiou demais comigo”, diz mãe sobre médico que lhe atendeu em Caicó
Sentada numa cadeira de balanço de frente para um pequeno caixão na sala de sua humilde casa, no bairro Salviano Santos. Esse foi o cenário onde a jovem Carla Simone dos Santos falou a todas as rádios de Caicó, após chegar de Currais Novos com sua recém-nascida Carol, morta por não ter, segundo ela resistido ao sofrimento na hora do parto. Carla não tem dúvida de que, a negligência do médico caicoense Valdemar Araújo de Medeiros foi determinante para a morte de sua filha. Carla disse que chegou no Hospital do Seridó na madrugada do sábado e somente no final do dia foi atendida pelo médico Valdemar, e passou a enfrentar um pesadelo.
“Praticamente a gente nem via ele, pois a ordem que ele deu foi de chamá-lo só de seis horas da noite. Aí eu estava sentindo muita dor, ele não queria me atender, e só me atendeu porque minha família ficou em cima dele, mas também ele me levou lá pra dentro e judiou demais comigo. Eu fui na maca, ele me obrigou a sair de cima da maca sem eu ter condições, ele me puxou pelo braço e me jogou em cima da cama. Foi fazer o toque em mim como se, acho que nem em animal se fazia daquele jeito. Na hora que eu fiquei na cama ele disse: você vai ter essa criança é agora. Aí enfiou a mão em mim, estourou minha bolsa, e fazia pouco tempo que a parteira tinha olhado, eu estava com dilatação de 2 centímetros”, disse Carla.
Carla revelou em suas entrevistas comportamentos estranhos do médico. Segundo ela, Dr. Valdemar chegou a se deitar ao seu lado, simulando também estar prestes a descansar, e falava muito na derrota que sofreu nas urnas, como candidato a vereador em Caicó.
“Ele se deitou numa cama do meu lado, colocou as pernas pra cima e fazia: olha Carla, eu vou parir também. Eu não tinha condições de ter a menina que ela estava aqui (no peito), olhava para a parteira e pedia ajuda, mas ninguém me ajudava. Ele só falava o tanto de voto que tinha tido no Recreio, não sei aonde, que uma pessoa tinha prometido voto a ele e não deu. O tempo todo era falando em voto, em político, e eu sofrendo”, disse a mãe.
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