Contas públicas registram rombo de R$ 10 bilhões em julho, pior desempenho desde 2001

As contas públicas tiveram um rombo de R$ 10 bilhões em julho: é o pior desempenho para o mês desde que o dados passaram a ser registrados em 2001. De acordo com o Banco Central, não foi apenas a União que gastou mais do que arrecadou no mês passado, mas estados, municípios e empresas estatais também tiveram déficit.

O resultado fiscal é um reflexo da crise econômica que vive o país. Como as empresas produzem menos e o consumo caiu, os entes públicos deixam de arrecadar. Além disso, os gastos pressionam o orçamento e é difícil economizar para pagar juros da dívida pública, que não param de subir porque o próprio governo teve de aumentar a taxa básica para conter a inflação.

— O resultado está fortemente impactado pelo desempenho da economia neste ano. É o resultado de uma economia fraca e em recessão. Todos viram o resultado do PIB divulgado nesta manhã (queda de 1,8% da economia no 2o trimestre). Uma economia com o desempenho menor, se traduz em menor desempenho fiscal — frisou o chefe-adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Rocha.

Somente no mês passado, os juros que o governo deveria ter pago chegaram a nada menos que R$ 62,8 bilhões. De janeiro a julho, o peso dessa carga é muito maior: R$ 288,6 bilhões. Além de ser um recorde, está perto do que deveria ser pago em todo o ano passado: R$ 311,5 bilhões.

— O resultado está impactado pelos gastos com swap cambial. Em julho, o gasto chegou a R$ 23,9 bilhões — informou Rocha.

As despesas com os chamados contratos de swaps cambiais – instrumentos de intervenção que funciona como venda de moeda americana no mercado futuro – aumentaram desde quando o BC retomou a política de irrigação do mercado, apelidada de “ração diária”. Desde 2002, o BC tem colocado contratos desse tipo no mercado para oferecer “hedge” (ou seja, proteção) para a oscilação da moeda americana.

Ontem, o BC apresentou o balanço do semestre que mostrava perdas de R$ 37 bilhões. No entanto, ela é feita com outra metodologia contábil. Pelo critério de competência, os gastos somam R$ 66,7 bilhões. Pelo critério caixa, a despesa é de R$ 57 bilhões.

De janeiro a julho, o peso dessa carga é muito maior: R$ 288,6 bilhões. Além de ser um recorde, está perto do que deveria ser pago em todo o ano passado: R$ 311,5 bilhões.

Como em 2014, o setor público não tem a menor condição de arcar com essa fatura agora. Ou seja, essa conta vai aumentar o endividamento. Nos sete primeiros meses, as contas públicas têm superávit primário de R$ 6,2 bilhões. A meta é economizar 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos últimos 12 meses, entretanto, há um déficit primário por causa dos constantes rombos do ano passado de nada menos que 51 bilhões. Ou seja, o Brasil não conseguiu pagar nenhum centavo dos R$ 451,8 bilhões em juros que deveriam ser pagos nesse período. É uma carga de juros de 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Assim, o chamado déficit nominal (que teoricamente deveria ser o valor dos juros menos o esforço fiscal feito pelo governo) somou dois prejuízos: a carga de juros e o déficit primário. Por isso, chegou a R$ 505,8 bilhões. Isso representa nada menos que 8,81% do PIB: nunca o país teve um rombo desse tamanho, segundo o Banco Central.

O Globo

Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza