TÁ “LASCADO”: Confira as principais acusações contra Eduardo Cunha
Prestes a ser julgado pelo plenário, acusado de ter omitido a existência de contas bancárias no exterior, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é réu em duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de ao menos outros cinco inquéritos na mais alta corte do país.
Em 5 de maio, Cunha teve o mandato parlamentar suspenso pelo Supremo Tribunal Federal por 11 motivos listados pelo procurador-geral, Rodrigo Janot:
- Apresentação de requerimentos, por meio de aliados, para cobrar pagamento de propina do grupo Mitsui e dirigentes de empresas de petróleo;
- Requerimentos e convocações na Câmara a para pressionar donos do grupo Schahin, com apoio do doleiro Lúcio Funaro;
- Atuação para convocar a advogada Beatriz Catta Preta à CPI da Petrobras para “intimidar quem ousou contrariar seus interesses”;
- Contratação da empresa de espionagem Kroll pela CPI da Petrobras, “empresa de investigação financeira com atuação controvertida no Brasil”;
- Utilização da CPI da Petrobras para pressionar o Grupo Schahin e convocar parentes do doleiro Alberto Youssef;
- Abuso de poder para impedir que um colaborador corrija ou acrescente informações em depoimentos prestados anteriormente;
- Retaliação a quem contraria seus interesses, como o ex-diretor de informática da Câmara Luiz Eira, exonerado sob a “acusação” de ter revelado a autoria de requerimentos feitos por aliados de Cunha;
- Recebimento de vantagens indevidas para aprovar medida provisória de interesse do banco BTG, de André Esteves;
- Uso de “manobras espúrias” para evitar investigação no Conselho de Ética Câmara, com obstrução da pauta com intuito de se beneficiar;
- Ameaças ao deputado Fausto Pinato (PP-SP), ex-relator do seu processo de cassação;
- Novas ameaças e oferta de propina a Fausto Pinato.
Oito meses após a apresentação da denúncia ao Conselho de Ética pela Rede e pelo Psol, o Conselho de Ética recomendou, por 11 votos a 9, a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Com 84 páginas, o relatório do deputado Marcos Rogério (PSD-RO) destacou que quem “ocultar ou dissimular bens ou valores” da Receita Federal estará cometendo ilicitude.
Em 6 de julho, Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara, da qual foi afastado assim que teve o mandato parlamentar suspenso.
Cunha nega irregularidades e diz ser vítima de perseguição do Ministério Público Federal.