Após cinco semanas fechada, Bolsa de Atenas volta a operar
A Bolsa de Valores de Atenas, na Grécia, reabriu nesta segunda-feira (3) com queda de mais de 22%. Esta será a primeira vez que a bolsa retoma suas operações depois de ficar fechada por um período de cinco semanas, desde que o governo do país impôs o controle de saques em bancos no auge da crise econômica.
O Banco Nacional da Grécia, o maior banco comercial do país, atingiu o limite diário com queda de 30%.
Ao longo da semana passada, investidores afirmavam esperar grandes perdas devido ao temor em relação à possível piora na economia da Grécia.
As ações de bancos devem ser as mais atingidas pois o setor financeiro da Grécia precisa de uma injeção de capitais.
No início da semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) deu sinal verde aos planos apresentados pela Grécia para a reabertura – com limitações, apesar de não terem decidido o momento em que as negociações, suspensas há um mês, seriam retomadas.
Segundo informações da imprensa local, os planos, que o Ministério das Finanças ainda deverá transformar em decreto, permitirão aos investidores estrangeiros fazer transações ilimitadas na Bolsa de Atenas.
Os investidores gregos, por outro lado, não poderão ainda vender ações e as compras estarão submetidas a severas limitações.
Os investidores nacionais terão direito apenas a comprar ações com dinheiro transferido de contas bancárias do exterior ou mediante o pagamento em dinheiro.
Estas restrições e o impedimento de utilizar dinheiro de depósitos bancários para a compra de ações provocaram críticas entre os corretores de Bolsa.
Vários corretores expressaram preocupação de que as restrições possam provocar uma queda violenta no preço das ações.
Negociações
A Bolsa de Atenas fechou em 29 de junho, mesmo dia em que os bancos gregos, após a recusa do BCE de elevar o teto dos empréstimos através do mecanismo de liquidez de emergência, em resposta a ruptura das negociações entre a Grécia e seus credores.
Os bancos reabriram em 20 de julho, após três semanas fechados, mas funcionam com restrições às transações bancárias e com controle do limite de saques.
Apesar de a Grécia ter acertado um pacote de ajuda com seus credores no mês passado, a luta política em Atenas a respeito das condições deste acordo ainda podem resultar na convocação de eleições antecipadas por Alexis Tsipras.
A Comissão Europeia espera que a Grécia volte à entrar em recessão em 2015, registrando uma contração entre 2% e 4% em sua economia.
A economia do país esteve em recessão durante seis anos, até 2014.