Aliança de Lula e Dilma vira abraço de afogados

Pela enésima vez, Dilma foi a São Paulo para conversar com Lula. Pela primeira vez, não buscava conselhos. À frente de um governo caótico, ela continua precisando de ajuda. Mas Lula, crivado de investigações, não tem nada a lhe oferecer. Mal consegue reunir argumentos para fazer sua própria defesa. Dilma e Lula, que não se viam desde 4 de janeiro, trocaram um abraço de afogados.

No início, o casamento político de Lula e Dilma era a união do poder com a lealdade. Hoje, o poder está impotente e a lealdade, cansada. O relacionamento esfriou. O criador responsabiliza a criatura pelo desmantelamento da economia. E a afilhada culpa o padrinho pelos escândalos que lhe caíram no colo. Por mal dos pecados, ambos têm razão.

Quem ouve a troca de críticas fica com a impressão de que Lula e Dilma estão unidos por grilhões de barbante, que não resistem a um pontapé. Engano. A dupla está condenada a fingir, a cada novo encontro, a celebração de um amor enterrado.

Daquele matrimônio firmado por interesse restou apenas o patrimônio. Os advogados de Lula buscam saídas para o inferno imobiliário em que se meteu o ex-presidente. Os defensores de Dilma preparam o texto em que refutarão no TSE a acusação de que a campanha de madame foi irrigada com verbas sujas do petrolão.

Está combinado que, se for provocada por repórteres, Dilma fará a defesa protocolar de Lula. Dirá que ilação não é prova, que são inadmissíveis os vazamentos seletivos… Não cogita ir muito além desse blá, blá, blá. Caberá ao PT pegar em armas. A Lula, prover a munição.

Horas antes de conversar com Dilma, o sábio da tribo do PT reunira-se com o conselho do Instituto Lula. Lero vai, lero vem, a socióloga Maria Victória Benevides entoou uma pregação muito parecida com um desagravo. Lula atalhou a prosa. Disse que seus problemas ele mesmo enfrenta.

Afora os devotos do PT e os satélites da legenda, não parece haver muita gente disposta a acudir Lula. Em relação a Dilma, nem o PT exibe a mesma disposição para ajudar. Os especialistas ensinam que a primeira coisa a fazer com os afogados é forçá-los a respirar lentamente. Porém, não havendo ninguém por perto, recomenda-se aos afogados que respirem o mais depressa que puderem.

Josias de Souza

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