Trem descarrila, invade casas e deixa pelo menos 8 mortos no interior de SP
Um grave acidente no interior de São Paulo deixou oito pessoas mortas, entre elas duas crianças, e outras oito feridas depois que um trem carregado de milho descarrilou e atingiu duas casas em São José do Rio Preto. Em uma das casas, a família estava reunida para uma festa de criança.
Os bombeiros dizem que há possibilidade de mais vítimas estarem entre os escombros. O trabalho de buscas feito pelos bombeiros foi interrompido e deve ser retomado ao meio dia quando toda a carga e o segundo vagão forem retirados.
Testemunhas indicam que havia outras pessoas passando pelo local na hora do acidente. O trem estava dentro do limite de velocidade, e a perícia criminal trabalha com a possibilidade de falha no freio por enquanto.
O desespero tomou conta de parentes e vizinhos das vítimas. Logo depois do acidente, alguns moradores se arriscaram e, em meio aos escombros, eles tentavam encontrar sobreviventes.
“Fui um dos primeiros a ajudar a socorrer as pessoas. Crianças soterradas, gemendo, uma coisa que eu nunca vi na minha vida”, conta o pintor Anílson Freitas Ramos.
Nove vagões, carregados com milho, descarrilaram e tombaram em uma área urbana. Dois deles atingiram duas casas que ficam ao lado da linha do trem.
Um morador diz que viu o momento em que o trem saiu dos trilhos. “Ele começou a fazer barulho de andando na pedra, incomum. De repente ele bambeou para os dois lados. Eu olhei novamente, ele torceu para a esquerda, vindo muito rápido, deitou e veio colhendo lateralmente, arrastando no chão. Eu subi na minha grade e falei: ‘Vou pular, porque do jeito que ele está vindo ele não para’”, conta.
Segundo testemunhas, em uma das casas atingidas a família estava fazendo um churrasco. “Era uma reunião de família que estava tendo. Será que é necessário ter vítima para olhar isso com carinho, com atenção?”, lamenta o comerciante Francis Xavier.
Homens da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e Guarda Municipal ajudavam a resgatar os sobreviventes. O trabalho era difícil, porque dois vagões, ainda carregados, dificultavam o avanço das equipes.
Pás carregadeiras tentavam esvaziar os vagões, para que eles possam ser retirados de cima dos escombros. É uma maneira de facilitar o trabalho dos bombeiros, que continuam à procura de vítimas. Conforme o entulho era removido, mais vítimas apareciam.
A ALL, empresa responsável pela malha ferroviária na região, divulgou uma nota informando que dará toda assistência às famílias das vítimas e disse que vai abrir uma sindicância para apurar o acidente.
