Barragem de Oiticica fica R$ 104 milhões mais cara, diz governo do RN

Obras da barragem de Oiticica, no município de Jucurutu.

Obras da barragem de Oiticica, no município de Jucurutu.

A barragem de Oiticica, considerada solução definitiva para a escassez de chuvas na região Seridó potiguar, vai custar R$ 104 milhões a mais aos cofres públicos. O valor total da construção, que no ano passado já havia sido reajustado de R$ 292 milhões para R$ 311 milhões, foi novamente revisto e agora passou para R$ 415 milhões. A informação é da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).

Ao G1, o secretário Mairton França disse que o prazo para a conclusão das obras também foi estendido. “As obras estão 40% concluídas. Estamos trabalhando com a expectativa de que tudo fique pronto e a barragem seja inaugurada em dezembro de 2017”, afirmou.

Ainda de acordo com Mairton, o custo da obra tem uma contrapartida do governo estadual. “R$ 25 milhões são recursos nossos, do Estado. Os outros R$ 390 milhões serão pagos pelo governo federal”, salientou.

A barragem de Oiticica fica no município de Jucurutu, a pouco mais de 260 quilômetros de Natal. Quando pronta, beneficiará direta e indiretamente cerca de 500 mil pessoas em 17 cidades. Com capacidade para mais de meio milhão de metros cúbicos de água, será o terceiro maior reservatório do estado.

As obras de construção de Oiticica fazem parte do PAC – o Programa de Aceleração do Crescimento elaborado pelo governo federal. Foram iniciadas há mais de três anos e vêm se arrastando em meio a várias paralisações ocasionadas por problemas que envolvem a desapropriação de terras e o pagamento de indenizações a agricultores que possuem moradias nas áreas que serão inundadas quando as águas do rio Piranhas/Açu foram represadas. “Esse é um problema que estamos resolvendo. Mais de 90% das propriedades rurais já foram negociadas e pagas”, afirmou Mairton.

Seca verde
Desde 2011 que o sertanejo potiguar sofre com a falta de boas precipitações. As chuvas que caíram no início do ano renovaram os ânimos e transformaram o cenário acinzentado em um verde exuberante. Chamado de ‘seca verde’, o fenômeno embeleza a paisagem, mas não mata a sede nem enche reservatórios. Resultado: no final de junho, o Ministério da Integração Nacional reconheceu a situação de emergência decretada pelo governo do estado. Atualmente, a estiagem afeta 153 dos 167 municípios potiguares. Destes, 14 estão em colapso e 77 desenvolveram sistemas de rodízio para o abastecimento da população.

Ao renovar a situação de emergência por mais 180 dias em março deste ano – a sexta vez seguida desde março de 2013 – o governo do estado ressaltou que a pecuária havia perdido mais de 135 mil cabeças de gado de 2012 a 2015, e que entre 2012 e 2014 houve uma redução de 65,79% na produção de grãos (milho, arroz, feijão e sorgo).

Chuvas normais em 2017

O homem do campo pode ficar otimista para 2017? Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), órgão responsável pelas previsões climáticas no estado, a resposta é sim.

Meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot explicou que até o final de 2016 as chuvas continuarão abaixo do normal no litoral. “Em junho, por exemplo, o acumulado foi de 100 milímetros, muito pouco para o período. E isso se repetirá agora em julho, deixando o tempo bastante seco. Já para o interior, cuja seca já está confirmada mesmo, a esperança é mesmo para 2017. O tempo deve começar a melhor ainda em dezembro deste ano, tendo a situação das chuvas normalizada durante todo o ano que vem”, afirmou Bistrot.

O RN possui dois calendários pluviométricos bem distintos. Um deles envolve o litoral Leste, cujo período chuvoso começa em maio e se estende até meados de setembro. Toda a Grande Natal está nesta área. Já para o semiárido, território que compreende até 97% dos municípios, o período chuvoso é mais curto. Começa ainda no final de dezembro, chega até o início de janeiro e logo é interrompido. Depois, as precipitações voltam no final de fevereiro e seguem até meados de março. É assim todos os anos.

“O problema é quando as chuvas ficam abaixo da média, o que vem acontecendo há cinco anos”, ressalta Mairton França, secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. “Desde que passamos a monitorar as chuvas, há 450 anos, o estado já enfrentou 116 períodos de longas estiagens. Não estamos vivendo a mais longa, mas certamente é a mais severa”, frisou.

G1 RN

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