Família de Campos contesta conclusões da Aeronáutica
A família do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos contestou o relatório da Aeronáutica sobre o acidente aéreo que matou o então candidato à Presidência e outras seis pessoas em 13 de agosto do ano passado. O documento, que será oficialmente divulgado até fevereiro, foi antecipado nesta sexta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na avaliação do irmão de Campos, Antônio, a conclusão de que houve uma falha humana ainda é “prematura”.
O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aponta como causas da tragédia uma sequência de erros do piloto Marcos Martins, entre eles a falta de experiência com o jato Cessna 560 XL e a decisão de “encurtar” o procedimento de aterrissagem na Base de Santos, descumprindo os manuais de pouso.
Ainda segundo os investigadores, ao não obedecer as manobras exigidas na aproximação da pista, o piloto cometeu o erro que deflagrou a tragédia. O jato Cessna 560 XL (prefixo PR-AFA), da empresa paulista AF Andrade Empreendimentos e Participações, decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, às 9h21 do dia 13 de agosto, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando a aeronave se preparava para o pouso, arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato, que caiu sobre uma área residencial.
Em nota, Antônio disse ser “estranho que se tenha acesso às investigações da Aeronáutica e se divulgue conclusões antes da divulgação pelo órgão competente”. “O Cenipa não está fazendo todas as perícias do caso e não pode ter uma visão global do acidente”, continua.
O Ministério Público e a Polícia Federal também abriram investigações sobre o acidente aéreo. De acordo com Antônio Campos, o procurador Thiago Nobre, que acompanha o caso em Santos, promete a conclusão do inquérito policial e civil sobre o caso até fevereiro – ele ainda aguarda a conclusão de perícias.
A família de Eduardo Campos designou um perito auxiliar para acompanhar as investigações. Internamente, os parentes do ex-governador de Pernambuco levantam a hipótese de que houve uma falha técnica na turbina – o que contraria parecer da Aeronáutica.