Chikungunya no RN cresce mais de 4.300% em apenas 4 meses

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico da Dengue divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, o número de casos confirmados da febre chikungunya foram de 9 para 401 registros entre março e julho deste ano.

A febre está entre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypit. O secretário de saúde do município, Luiz Roberto Fonseca, disse ao NOVO que a doença é uma preocupação para os poderes públicos, pois suas sequelas podem persistir por até dois anos após o tratamento e, em alguns casos, a febre está associada a complicações que podem levar o paciente a óbito.

“O grande problema é que tem a possibilidade de cronificar as dores arteriais. A inflamação pode seguir por seis meses, um ano ou até dois anos após o tratamento da doença. Outro fator preocupante é que a febre promove quadros inflamatórios cerebrais (encefalite) e inflamações do coração (miocardites) que são gravíssimas e podem evoluir para óbito”, explica o secretário.

A doença chegou a Natal em agosto do ano passado, mas devido à falta de conhecimento, muitos casos foram confundidos com dengue ou tiveram dificuldades no diagnóstico. Dessa forma, os números oficiais só contabilizam casos confirmados a partir deste ano.

Até janeiro ainda não existia nenhuma confirmação sobre a doença. Em março eram nove casos no município de Natal, sendo três casos no bairro de Lagoa Azul, quatro em Nossa Senhora da Apresentação e dois no Potengi – todos na zona Norte da capital. Em maio este número já era de 401 confirmações, se mantendo estável até agora.

O secretário de saúde do município atribui o aumento nos números ao fato de ser uma doença nova para qual a população estava muito suscetível pela falta de imunidade.

“Todo estado em que o vírus está inoculado é considerado um estado em epidemia, pois há uma vulnerabilidade da população. Assim como as outras viroses, é uma doença que não possui tratamento e precisa ser combatida pelo próprio organismo enquanto o quadro sintomático é tratado”, explica Luiz Roberto.

No Rio Grande do Norte o quadro de confirmações é de aproximadamente 5 mil pacientes. De acordo com o Boletim Epistemológico divulgado na tarde de ontem pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), são 19.556 casos notificados, dentre eles 15 óbitos e 4.855 confirmações.

Ainda de acordo com o boletim, em comparação com o mesmo período do ano passado, o estado apresentou um aumento de 2% nos registros da doença, passando de 4.745 para 4.855.

O número de óbitos associados com a doença foi de 11 para 15 registros.

Na tarde de ontem o jornal Folha de S.Paulo divulgou em sua página na internet uma pesquisa sobre o aumento do número de mortes associados à Chikungunya no Nordeste. Os dados foram colhidos pelo portal UOL a partir de informações fornecidas pelas secretarias de saúde dos estados.

A pesquisa aponta que a febre causou 45 óbitos, maior índice entre as doenças arboviroses – transmitidas pelo Aedes aegypit.

A dengue foi responsável por 35 mortes enquanto os casos relacionados ao Zika vírus somam cinco confirmações.

A média nacional de mortes confirmadas para dengue é de 0,4 a cada mil habitantes. Para a febre chikungunya, o número é de 2,1 a cada mil habitantes.

O Nordeste é a região com maior número de casos. Das 107 mil pessoas infectadas pela febre em todo país, 87% dos casos foram registrados na região. O estudo mostra ainda que o quadro geral para este ano já é quase nove vezes pior que no ano passado, quando aproximadamente 16 mil pessoas foram infectadas em todo país.

A pesquisa analisou dados fornecidos pelas secretarias de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba Rio Grande do Norte, Piauí e Pernambuco. Ainda de acordo côa pesquisa, dentre os estados citados o RN apresenta a maior incidência da febre no país.

Combate

Assim como a Dengue, o Zika vírus e outras 70 viroses, a febre chikungunya é transmitida através do mosquito Aedes aegypit. Única forma de prevenção é o combate ao mosquito que deposita seus ovos em locais com água parada.

De acordo com o secretário Luiz Roberto, a cidade de Natal tem se destacado no combate ao mosquito e conseguiu deixar o quadro de epidemia em que o resto do estado se encontra.

“Apesar do quadro grave em que se encontra o estado, Natal foi à primeira cidade do Rio Grande do Norte a sair da epidemia, ainda estamos em estado de alerta, mas não configura mais um quadro epidêmico”, declara o secretário.

O combate ao mosquito tem sido feito através do programa Vigia Dengue que redistribui as ações de controle com base nos índices de cada bairro. “É um programa que não gera custos adicionais e tem se destacado nacionalmente. Analisamos os dados sobre a reprodução do mosquito e os dados sobre a incidência de cada bairro. A partir disso temos quatro níveis de alerta, considerando que a vetorização não ocorre de forma homogênea, o combate fica muito mais efetivo”, explica o secretário.

A partir do próximo semestre a cidade deve receber novas tecnologias para o combate ao mosquito.

São elas o uso de mosquitos irradiados para ficarem estéreis, armadilhas dispersoras em que o próprio mosquito leva veneno para as colônias e aplicação de veneno residual aplicado nas casas de gestantes que fazem o pré-natal junto a secretaria de saúde.


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