Juro do cheque especial é o maior desde 1995; rotativo do cartão vai a 372%
A taxa de juros do cheque especial em junho ficou em 241,3% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 1995 (quando o juro era de 242% ao ano). Em maio, a taxa estava em 232%.
Por sua vez, os juros do rotativo do cartão de crédito subiram de 360% ao ano em maio para 372% ao ano em junho, o maior valor desde o início da série histórica deste indicador, em março de 2011.
Os dados são referentes apenas a juros cobrados de pessoas físicas e foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Banco Central.
O BC ressalta que a metodologia de cálculo dos indicadores foi atualizada em fevereiro de 2015.
Confira a variação nas taxas de juros de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Aquisição de veículos: de 24,8% ao ano em maio para 24,7% ao ano em junho
- Aquisição de outros bens: de 82,6% ao ano em maio para 81,5% ao ano em junho
- Cartão de crédito parcelado: de 115,9% ao ano em maio para 118,2% ao ano em junho
- Crédito renegociado: de 46,1% ao ano em maio para 46,4% ao ano em junho
- Crédito pessoal consignado: estável em 27,3%
- Crédito pessoal não-consignado: de 111,3% ao ano em maio para 111,9% ao ano em junho
Juros para famílias sobem a 58,6%
A média da taxa de juros cobrada das famílias subiu 1,3 ponto percentual de maio para junho, alcançando 58,6% ao ano no mês passado. As principais altas foram do cheque especial e do rotativo do cartão, já mencionadas.
Para as empresas, a taxa média de juros foi de 27,5% ao ano, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a maio.
Todos os dados são referentes às operações com recursos livres (em que os bancos têm autonomia para aplicar os percentuais que desejarem).
Inadimplência cai entre pessoas físicas
A inadimplência nas operações financeiras se refere a dívidas atrasadas por mais de 90 dias. No geral, este indicador correspondeu a 2,9% de toda a carteira de crédito do país, o que representa uma redução de 0,1 ponto percentual em relação a maio.
Entre as pessoas físicas, o indicador recuou 0,1 ponto percentual para 3,7% de todas as operações; entre as empresas, a inadimplência ficou estável em 2,3%.
Estes números se referem à inadimplência tanto em operações com recursos livres quanto com recursos direcionados (em que os juros são fixos).