Brasileiros reduzem gastos

Terminal de passageiros no aeroporto: Alta do dólar tem pesado.

Terminal de passageiros no aeroporto: Alta do dólar tem pesado.

Com alta de mais de 40% do dólar este ano e o temor com a recessão econômica, os brasileiros decidiram botar um freio nas viagens internacionais de férias e de negócios. De acordo com o Banco Central, os gastos com turismo no exterior foram de US$ 1 bilhão em outubro, menos da metade das despesas de US$ 2,1 bilhões vistas em igual mês de 2014. A redução foi de 52,67%.

No acumulado do ano, a queda já está em 30%, com desembolsos de US$ 15,1 bilhões em 2015 ante US$ 21,7 bilhões de janeiro a outubro de 2014. Para o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, a tendência é a de que em novembro esse volume seja ainda menor, já que até o dia 24, as despesas fora do País somaram US$ 424 milhões. “A trajetória de queda no déficit de viagens continua”, constatou Rocha.

A sócia da Tendências Consultoria Integrada Alessandra Ribeiro comentou que a intensa retração da economia afeta os embarques de turistas brasileiros para o exterior e também de executivos de companhias. “Todos passam a reavaliar seus custos em meio a uma conjuntura do nível de atividade muito desfavorável”, disse.

A conta de viagens internacionais é um recorte da fotografia do processo de ajuste pelo qual passa o setor externo do País. Influenciado pela queda da atividade e do câmbio, a balança comercial conseguiu virar o jogo e apresentar superávits um pouco mais robustos, assim como as contas de renda e de serviços têm revelado déficits menores do que os vistos ao longo do ano passado. “Esse ajuste nas transações correntes é bem forte e disseminado”, avaliou Rocha.

As receitas de estrangeiros em viagem no Brasil ficaram em US$ 453 milhões, em outubro, e em US$ 4,786 bilhões, no acumulado de dez meses. Com esses resultados, o déficit na conta de viagens internacionais, formada por despesas de brasileiros no exterior e receitas de estrangeiros no Brasil, ficou em US$ 549 milhões, em outubro, e em US$ 10,355 bilhões, os menores resultados para os períodos, na série histórica inciada em 2010.

Tribuna do Norte

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