Alta da gasolina na bomba chega a 6,18% e supera reajuste na refinaria

O aumento de 6% na gasolina, autorizado pela Petrobras nas refinarias no dia 29 de setembro, já foi totalmente repassado ao consumidor carioca. Quem abastece o carro na cidade está pagando, em média, R$ 0,21 mais pelo litro da gasolina, — alta de 6,18% — e mais R$ 0,28 pelo do álcool — variação de 11% — do que há um mês. O preço médio do litro da gasolina saltou de R$ 3,477 para R$ 3,692, e o do etanol, de R$ 2,579 para R$ 2,86.O levantamento foi feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em postos da capital entre 20 de setembro e o último dia 17. Analistas de mercado esperavam que o aumento da refinaria tivesse um impacto menor na bomba, entre 3,6% e 4%.

Segundo a presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Rio (Sindcomb), Cida Siuffo Schneider, isso ocorreu devido à pressão do álcool anidro, que compõe 25% da gasolina e, nos últimos 30 dias, subiu 28% nas usinas. O reajuste do álcool não precisa ser autorizado pelo governo.

— Na hora de fazer essas projeções, lá no início de outubro, ninguém levou em consideração os reajustes frequentes que tanto o álcool anidro quanto o hidratado vêm sofrendo. A distribuidora repassa para nós e temos de repassar também — diz.

Com base nos preços médios da ANP, Andrea dos Santos, especialista em mobilidade urbana da UFRJ, calcula que o gasto mensal com combustível para um carro popular 1.0 Flex, que roda em média 900 quilômetros/mês, aumentou R$ 22,79 para quem abastece com gasolina e R$ 38,78 para quem usa álcool.

FALSA ECONOMIA

Cida Siuffo diz que não é possível identificar se, depois dos aumentos, houve queda na procura pelos dois combustíveis. No entanto, vem percebendo que, desde que a crise apertou o orçamento, mais motoristas trocaram a gasolina pelo álcool, em razão do litro deste último sempre ter preço menor. No entanto, alerta, trata-se de uma falsa economia:

—No Rio, historicamente o etanol nunca foi competitivo.
Como rende menos, para ser mais vantajoso, o litro do etanol deve custar, no máximo, 70% do litro da gasolina. Com esse recente salto no preço, o uso do etanol ficou ainda menos vantajoso, pois está custando cerca de 77% do valor do litro da gasolina. Há um mês, custava 74%.

O economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ, ressalta que o mercado do etanol estava bastante comprimido, e pode ter pego carona na alta da gasolina para aplicar reajustes em sua cadeia. Mas não acredita que a elevação seja tendência, pois, a cada novo reajuste, o etanol se torna menos competitivo:

— Essa disparada pode reduzir a demanda, e, daqui para frente, o preço do álcool na bomba pode cair.

Segundo ele, o aumento maior do que esperado para a gasolina nas bombas não terá efeito significativo na inflação prevista para este ano, em torno de 10%.

— Não é essa diferença que vai fazer o IPCA ficar ainda mais alto. No índice que está para ser divulgado essa semana, por exemplo (o IPCA-15), é a alimentação que deve puxar a taxa para cima.

O Globo

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