‘Achamos por acaso’, diz cosmólogo brasileiro que descobriu e deu nome a maior cometa já visto no sistema solar

Foto: Arte O Globo/ Arquivo pessoal/ Ilustração Will Gater

O que era para ser uma pesquisa de sua tese de doutorado sobre objetos distantes que orbitam o Sol se transformou na descoberta do maior cometa provavelmente já identificado, com diâmetro estimado em 150 km — cerca de 2,5 vezes o tamanho do detentor do último recorde. Um dos responsáveis foi o cosmólogo brasileiro Pedro Bernardinelli, de 27 anos, cujo sobrenome batizou o novo corpo celeste. E foi tudo “por acaso”.

Integrante do projeto Dark Energy Survey (DES), iniciativa que reúne estudantes de universidades de oito países — incluindo o Brasil — para observar a distribuição de galáxias no Universo, Bernardinelli buscava extrair objetos do sistema solar localizados além de Netuno. O cientista e seu orientador Gary Bernstein, no entanto, se depararam com o cometa em meio às milhares de imagens analisadas. Embora já registrado em 2014, somente agora o corpo celeste pôde ser de fato identificado.

— Estava buscando objetos que orbitam o Sol além de Netuno, porque eles são muito interessantes para entender a formação do sistema solar. Nessa brincadeira, a gente achou esse cometa, mas não estávamos procurando cometas. Projetos que buscam cometas têm estratégias muito diferentes das nossas. Foi um negócio meio que por acaso. Ele estava nos nossos dados e calhou nos nossos limites de detecção — disse Bernardinelli a Época.

A notícia de que o cometa vinha em direção à Terra agitou as redes sociais na última semana. Apesar de estar se aproximando, não há motivo para preocupação. O corpo celeste foi visto inicialmente a uma distância de 29 unidades astronômicas (UA) do Sol, praticamente a mesma de Netuno. O mais próximo que ele vai chegar da estrela central será em 2031, quando estará a 11 UAs, um pouco além da órbita de Saturno. Isso equivale a cerca de 1,5 bilhão de quilômetros e significa que “não vai bater na Terra e ninguém vai morrer por causa disso”, nas palavras de Bernardinelli.

À medida que se aproxima do Sol, o cometa se esquenta, e mais material evapora. Vários grupos já estão observando o corpo celeste para entender melhor o comportamento de um cometa distante da estrela central do sistema. Esse é apenas o terceiro encontrado.

O Globo


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