Supermercados do RN já sentem queda nas vendas após fim do auxílio emergencial

Supermercados do RN já sentem impacto do fim do auxílio emergencial – Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

O impacto econômico do fim do auxílio emergencial, que foi pago pelo Governo Federal de abril a dezembro de 2020, já começou a ser percebido, tanto para quem era beneficiário quanto para quem gerencia supermercados e percebeu a queda brusca nas vendas.

É o caso de Geraldo Paiva Júnior, presidente do Sindicato do Comércio de Gêneros Alimentícios (Sincovaga) e proprietário de uma das unidades da rede de supermercados Rede Mais. “Impactou demais. Quando o primeiro auxílio foi pago, as vendas aumentaram. Desde que acabou, em janeiro, tivemos uma queda brusca nas compras”, relata, ao Agora RN.

O empresário acrescenta que, no início do pagamento do recurso, o aumento nas vendas foi de cerca de 20%. Em janeiro, a queda foi de 15%.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Diesee), Natal teve uma redução de 0,94% no preço da cesta básica em janeiro de 2021 – maior queda de preço entre as capitais do Nordeste.

As pessoas que mais estão sentindo as dificuldades com o cancelamento do auxílio e, consequentemente comprando menos, são as pessoas de baixa renda. Lucrécia Alves viu sua renda despencar em 90% de maio de 2020 a janeiro deste ano. Ela recebeu cinco parcelas do benefício de R$ 1.200 para mães chefes de família e quatro parcelas com metade do valor. Agora, recebe apenas o valor referente ao Bolsa Família.

Mãe de dois filhos, ela vive em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Natal, e faz “bicos” de diarista, mas viu a demanda reduzir drasticamente por causa da pandemia.

“Embora a gente tente sempre se virar é muito difícil. A criança não entende muito e pede as coisas que a gente não pode dar, mas a gente vai levando. Meu mais novo é alérgico e tudo é mais caro. Quem me ajuda muito é o CRAS [Centro de Referência de Assistência Social] que manda cesta básica. Entrego nas mãos de Deus”, disse Lucrécia em entrevista ao Agora RN. Ao todo, foram 1,2 milhão de potiguares que tiveram a renda impactada pelo fim do auxílio.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19) de novembro de 2020 mostram que, no Rio Grande do Norte, a faixa de renda mais impactada pelo auxílio emergencial é a que tem a renda mais baixa. Neste grupo de pessoas, o valor mensal per capita é de, no máximo, R$ 45,21.

Os dados mostram que, sem o auxílio emergencial, a renda média por pessoa seria de R$ 7,60, mas com o pagamento subiu para R$ 154,85, um aumento de 1.937,50% para cerca de 320 mil pessoas no Estado potiguar. A segunda faixa de renda que mais foi impactada foi a das pessoas com o limite de até R$190,72. Sem o auxílio emergencial, a média de renda desse grupo seria de R$117,09 por pessoa em novembro de 2020. Com o auxílio, o valor aumentou para R$247,24, um aumento de 111,15%.

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