Hospital Psiquiátrico pode suspender atendimento pelo SUS a partir de janeiro

Direção do Severino Lopes dá prazo para SMS corrigir valores de diária de internação e quitar serviços não pagos.

Direção do Severino Lopes dá prazo para SMS corrigir valores de diária de internação e quitar serviços não pagos.

O Hospital Severino Lopes poderá não receber mais pacientes portadores de transtornos mentais e dependentes químicos conveniados do Sistema Único de Saúde (SUS) e encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a partir do dia 4 de janeiro próximo. Isso porque a unidade, que é filantrópica e vive de doações e convênios, reivindica a correção dos valores pagos por diária de internação e o pagamento dos serviços prestados à pasta nos meses de outubro e novembro, e que ainda não foram quitados.

Segundo o diretor administrativo Cláudio Fernandes, o hospital vive em dificuldades financeiras e não tem condições de arcar com as despesas necessárias com internação, alimentação, medicação dos pacientes e pagamento dos salários e direitos trabalhistas dos funcionários com os valores irrisórios pagos pela SMS para os leitos usados pelo SUS. Ele falou que hoje, é pago pelo município R$ 43,73 aos hospitais psiquiátricos e R$ 300,00 aos hospitais clínicos conforme determina a Portaria 148, de 1º de dezembro de 2014.

“Paralisamos ontem e concedemos o prazo de dez dias para que o município responda às nossas solicitações, porque não temos mais condições de continuar assim, vivemos de doações, convênios e fomos obrigados a fazer dois empréstimos bancários para arcar com as despesas mensais. E sempre que procuramos a SMS, a resposta sempre é a mesma: tem que esperar. O problema é a burocracia e a irresponsabilidade com a saúde mental, que é grave”, explicou.

Ele disse que, dos 160 pacientes atendidos pelo SUS, 60 são institucionalizados, ou seja, estão internados lá há muitos anos e não têm família ou local para onde ir, caso a unidade realmente precise suspender os atendimentos aos pacientes da rede pública. “Isso me dói muito, trabalho há 36 anos e temos pacientes que, em surto psicótico, podem se machucar e até matar pessoas, diferente de um que pode ser atendido em centros de atenção psicossocial (Caps) ou consultórios psiquiátricos”, desabafou.

O gerente administrativo, Uédson Silva, disse que, com a suspensão, a Saúde Mental em Natal irá piorar ainda mais, já que apenas o Severino Lopes e o João Machado oferecem o serviço. Isso porque a unidade vive com a lotação máxima e, com o fechamento das portas, o segundo receberá toda a demanda. “Essa também é uma das nossas preocupações, porque um paciente desses pode oferecer risco a todos, inclusive ele e, sem o tratamento adequado, pode ter um surto a qualquer momento”, lamentou.

Acabados os dez dias, contados desde ontem, caso a resposta seja positiva, a parceria com o município continua. “Mas, sendo negativa, não teremos mais possibilidades de continuar essa prestação de serviços de saúde. Estamos no aguardo de uma resposta positiva para que os portadores de transtornos mentais e os dependentes químicos da nossa cidade mão venham perder mais um equipamento de acolhimento e tratamento”, enfatizou.

Alessandra Bernardo / Jornal de Hoje

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