RN busca credenciamento para voltar a fazer transplantes de coração

Luiz Roberto Fonseca, diretor do Hospital Rio Grande: ‘concluímos a papelada’

O caso da menina Brunna Silveira, de sete anos, a “Bruninha”, que mobilizou uma pequena operação de guerra na semana passada para ser encaixada como prioridade num transplante de coração em Recife, pode ajudar a trazer de volta a habilitação para que um hospital de Natal realize esse procedimento.

Há 15 dias, a equipe do Hospital Rio Grande concluiu toda a documentação de uma extensa lista de obrigações que precisam ser cumpridas para se obter a habilitação que, se já existisse, teria antecipado à cirurgia de Bruninha em quase duas semanas.

“No final de março, concluímos a papelada e encaminhamos tudo há 15 dias para a Central de Transplantes do RN”, revelou ao Agora RN o diretor geral do hospital Rio Grande, Luiz Roberto Fonseca. Ele explica, no entanto, que agora o maior desafio a ser vencido é político, uma vez que envolve incrementos financeiros ligados ao teto do RN para a saúde, uma vez que o financiamento não vem para o hospital, mas para a Secretaria Estadual de Saúde que fará o contrato com o hospital.

“Começamos a trabalhar nesse processo no final do ano passado e normalmente a habilitação não demoraria mais de 30 dias, mas quanto tempo iria levar até ser aprovado em Brasília, isso ninguém sabe”, ele lembra. Depois da análise da papelada, se está de acordo com o que estabelece as portarias nacionais, solicita-se do Ministério da Saúde uma visita técnica realizada por outros serviços já habilitados.

“Nesse caso, nós já sabemos que o Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), de Recife, esse hospital que recebeu a Brunna, faria a visita, já que os profissionais de lá realizam a tutoria de nossas equipes”, diz Luiz Roberto.

No caso de Bruna, operada três vezes pela equipe de Natal, a decisão do transplante – que poderia ter sido feita rapidamente aqui – demandou um esforço de todos, entre eles da coordenadora da Central de Transplantes, Raissa Medeiros, em busca de um encaixe de emergência para a menina.

Dona de um tipo sanguíneo raro – B – a menina foi admitida como prioridade, passando na frente de várias pessoas, por encaixar-se numa condição de extrema gravidade. Ela, contudo, não resistiu ao procedimento e faleceu no último domingo, 7.

“No dia em que ela desembarcou em Recife houve a coincidência de se conseguir um doador com sangue universal, o que possibilitou o transplante imediatamente”, conta a coordenadora. Não é possível saber quantas pessoas no Rio Grande do Norte estão na fila de transplantes de coração. Segundo Luiz Roberto Fonseca, estas pessoas não aparecem numa lista local porque estão na fila de transplante nacional.

Agora RN

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