Nos EUA, Dilma deve denunciar processo para tirá-la da Presidência

Em estratégia para obter apoio internacional contra o impeachment, a presidente Dilma Rousseff pretende reforçar nos Estados Unidos a tese de que o pedido de afastamento dela do cargo é um “golpe de Estado”.

Segundo assessores, durante sua passagem por Nova York, onde chega nesta quinta (21) à noite, a presidente não deixará de “denunciar” que a abertura do processo de impeachment contra ela foi aprovado sem haver crime de responsabilidade caracterizado.

A presidente pode incluir referências sobre o caso no discurso que fará na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na ONU (Organização das Nações Unidas), mas este não será o tema central.

Um assessor presidencial disse à Folha de S. Paulo que ela não fará um “discurso panfletário” na ONU, focando sua fala no tema da mudança climática, mas deve fazer citações “elegantes” e “sutis” a respeito do processo de impedimento que tramita no Congresso.

Segundo o auxiliar, ela vai se posicionar sobre o impeachment em falas a veículos nacionais e estrangeiros durante a estada em Nova York, mas quer aproveitar também para capitalizar o fato de o Brasil ter tido papel importante nas negociações sobre o acordo de Paris.

Temer no Poder

Com a viagem de Dilma, que embarca na manhã desta quinta (21), Temer assumirá a Presidência. Ele decidiu que ficará em São Paulo e não viajará para Brasília, para onde deve retornar apenas na próxima segunda (25).

A petista, que até a manhã de terça-feira (19) não considerava viajar a Nova York para a cerimônia, mudou de ideia à noite, em reunião com assessores e auxiliares.

Desde a semana passada, ministros e assessores vinham insistindo na viagem da petista, argumentando a necessidade de ela ressaltar a participação atuante do Brasil no acordo para redução da emissão de gás carbônico e fazer uma espécie de apelo internacional contra o impeachment.

Rompida com Temer, no entanto, ela demonstrava resistências em deixar o peemedebista à frente do cargo durante o período, sobretudo depois de tê-lo chamado de “traidor” e “conspirador”.

Para encurtar o eventual período em que Temer ficaria na cadeira presidencial, Dilma abriu mão de marcar presença em outro evento, de combate às drogas, também promovido pela ONU.

Folha de S.Paulo

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