EDITORIAL: Cenário político nacional provoca mudanças no RN

O longo e polêmico processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff, em meio a um cenário de crise política e econômica, já começa a produzir mudanças no cenário político do Rio Grande do Norte.

A primeira mudança virá na esteira da decisão do Partido dos Trabalhadores (PT) de romper política e administrativamente com o governador Robinson Faria. Tratou-se de uma reação – pelo menos na argumentação dos petistas – à decisão do deputado Fábio Faria de acatar a decisão do seu partido, o PSD, de liberar a bancada no Congresso Nacional para votar a favor do impeachment da presidente.

Ao promover o rompimento unilateral, a Executiva Estadual do PT orientou seus filiados a entregarem os cargos que ocupavam na administração pública estadual.

Isto, somado ao fato de que os secretários de Saúde e Segurança Pública e Defesa Social, respectivamente médico Ricardo Lagreca e a delegada Kalina Leite estão demissionários – o primeiro já entregou a carta de demissão e aguarda a definição do nome do substituto e a segunda já comunicou ao governador a decisão de deixar o cargo – vai obrigar Robinson Faria a promover uma reforma na equipe de primeiro escalão,

As mudanças alcançarão três das pastas mais importantes de qualquer gestão estadual: Saúde, Segurança e Educação.

Com o rompimento do PT ficaram vagos os cargos de secretários de Educação, Política para Mulheres, Juventude e Reforma Agrária, além do comando da Fundação José Augusto e Emater.

O rompimento do PT e a decisão dos atuais ocupantes das pastas de Saúde e Segurança levarão o governador a repaginar uma parte bastante significativa do seu governo, faltando dois meses para completar um ano e meio de gestão.

Poderá ser este o momento propício para correção de rumos em algumas áreas. E um desafio para manter os objetivos definidos anteriormente, uma vez que a atual administração deixa de contar com a experiência do médico Carlos Lagreca e a determinação da delegada Kalina Leite. Na área da Educação, o perfil técnico e a experiência política de Francisco das Chagas Fernandes ajudava o governo a não ter maiores problemas com as categorias profissionais da área da Educação. Mas esta experiência de nada adiantaria com o PT perfilado na Oposição ao governo, decisão que o próprio partido tomou depois da movimentação em torno do processo de impeachment.

PMDB EM ASCENSÃO

Além de se ver obrigado a promover uma reforma de parte do secretariado e equipe de segundo escalão, o governador Robinson Faria terá de conviver com outra mudança de cenário político e administração, também resultado da alternância de poder no plano nacional.

Com o processo de impeachment caminhando a passos largos no Congresso Nacional, o vice-presidente Michel Temer, virtual substituto da presidente Dilma Rousseff, já prepara a mudança na equipe de governo.

E entre os nomes considerados fortes para ocupar o poder em Brasília está o ex-deputado federal e ex-ministro Henrique Eduardo Alves. Considerado amigo pessoal do atual vice-presidente, Henrique foi o primeiro ministro do PMDB a deixar o cargo, pelo qual tanto havia lutado, inclusive com o apoio dos líderes de seu partido.

Com seu histórico de amizade pessoal com o vice-presidente e o gesto de deixar o governo – que até tentou “ajudar” pedindo votos contra o impeachment – Henrique Alves se credencia a um cargo na Esplanada dos Ministérios ou, quem sabe, até no Palácio do Planalto.

Não se pode antecipar que lugar o ex-deputado ocupará em Brasília com a confirmação do impeachment e a ascensão de Michel Temer.

O fato é que, com o PMDB ocupando o principal gabinete do Palácio do Planalto Henrique Alves terá total influência na definição de cargos federais no Rio Grande do Norte.

Também é bastante possível que o PSD de Gilberto Kassab, que também entregou o cargo que ocupava na equipe da presidente para poder liberar o partido a votar pelo impeachment, não passe a ser tratado como oposição e poderá também fazer indicações de futuros ocupantes de cargos federais no Rio Grande do Norte.

Especulações á parte, o fato é que o desenlace da crise política nacional provocará mudanças além das já previstas.

E o governador Robinson Faria terá de formar uma nova equipe, mexendo no comando de pastas importantes e vitais e conviver com uma nova realidade: o opositor derrotado do passado recente poderá se transformar em um interlocutor influente no futuro próximo.

Há espaços para diálogo? O tempo dirá.

Coisas da política.

 

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