‘Cena do crime foi alterada’, diz polícia sobre menina morta em cerca elétrica

Ana Clarisse dos Santos Silva tinha 9 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Ana Clarisse dos Santos Silva tinha 9 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

A Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom) aguarda o resultado da perícia do Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) para definir os rumos da investigação sobre o caso da menina Ana Clarice dos Santos Silva, de 9 anos, que morreu eletrocutada na cerca elétrica de um vizinho neste domingo (30) em Natal. “A cena do crime foi bastante alterada antes de chegarmos, então qualquer conclusão neste momento inicial de investigação pode ser precipitada. Temos que aguardar a perícia”, afirmou o delegado Roberto Andrade, designado para investigar o caso.

A menina morreu ao levar um choque em uma cerca improvisada na casa de um vizinho, onde a criança brincava com uma amiga. De acordo com Ana Kelly dos Santos, mãe da criança, a cerca foi armada para evitar o roubo de galos de briga que são criados pelo vizinho. A família da vítima prestou queixa na Delegacia de Plantão da Zona Norte, mas o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom).

Apesar da cautela, o delegado afirma que as provas colhidas até o momento são suficientes para caracterizar o crime de homicídio, mas não há como dizer se houve, ou não, intenção de matar. “Não há como dizer que foi um acidente ou um engano. O suspeito responderá por homicídio, mas é necessário ouvir testemunhas, analisar os laudos e ouvir a versão da própria testemunha para poder enquadrá-lo no crime específico”, disse Andrade.

De acordo com o delegado, a polícia não localizou o suspeito até o momento. “A casa estava fechada e nenhum parente dele mora próximo ao local. Os números de telefone pelos quais estamos tentando contato estão ocupados. Acreditamos que ele irá se apresentar na delegacia para dar sua versão, mas continuamos com as investigações”, finalizou.

O inquérito tem 30 dias para ser concluído e enviado ao Ministério Público. O MP, por sua vez, é respónsável por acatar ou não a denúncia. Em caso de a denúncia ser acatada, o caso será levado à Justiça.

Mãe da criança morta disse que a cerca, feita com fios bem finos, foi armada para evitar o roubo de galos de briga que são criados pelo vizinho (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Mãe da criança morta disse que a cerca, feita com fios bem finos, foi armada para evitar o roubo de galos de briga que são criados pelo vizinho (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

Crime ambiental

Além da suspeita de homicídio, o dono da casa localizada no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte de Natal, também é suspeito de cometer crime ambiental, uma vez que a cerca teria sido montada para proteger galos de briga criados pelo homem.

Segundo Roberto Andrade, o caso também será apurado, porém, até o momento, não há indícios concretos para formalizar uma acusação. “Foi constatado que o suspeito tinha uma pequena criação de animais em casa, mas isso não configura crime. Caso seja apurado durante o inquérito que o suspeito tenha participação em práticas que configurem maus-tratos com animais, isso será incluído na acusação”, completou o delegado.

G1/RN

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