Petrobras busca eficiência de projetos diante de R$ 450 bilhões em dívidas

A prioridade número um da direção da Petrobras é reduzir sua dívida de R$ 450 bilhões, a maior do planeta. Pressionada pelo elevado endividamento e pela forte queda dos preços do petróleo, a saída da estatal foi “encolher”, vendendo ativos, e se retirar de atividades, em áreas como gás e energia.

Com isso, ao mesmo tempo em que procura vender ativos no valor de US$ 14,4 bilhões só neste ano para fazer caixa, o seu foco passou a ser a exploração e produção de petróleo nos campos do pré-sal, em águas profundas na Bacia de Santos. São esses projetos que apresentam maior rentabilidade. A produtividade é elevada, e a produção chega a atingir em alguns casos 20 mil a 30 mil barris por dia por poço no pré-sal.

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, explicou que a companhia busca aumentar o máximo possível a eficiência e a competitividade de seus projetos, que não são avaliados individualmente, mas no conjunto.

— A Petrobras tem se dedicado crescentemente a entender seus investimentos como parte de uma carteira. Projetos que são individualmente bons devem ser analisados como parte de um portfólio, onde potencialmente pode haver oportunidades mais interessantes para aplicar os recursos — afirmou Solange.

A Petrobras está otimista em relação à possibilidade de deixar de ser obrigada a ser operadora única no pré-sal e de ter, no mínimo, 30% dos campos, com a possível aprovação das mudanças das regras em votação no Congresso. Além de não ter recursos suficientes para fazer todos os investimentos necessários para o desenvolvimento das reservas no pré-sal, a legislação atual obrigaria a companhia a participar de áreas que eventualmente não considere potencialmente boas.

— A possibilidade de escolhermos os melhores ativos para os nossos investimentos não pode ser entendida como pior em relação à obrigação de participar em todos os campos. Pelo contrário, a mudança em análise no Congresso permitirá que a Petrobras exerça o direito de ficar com os ativos que forem mais rentáveis e adequados para o nosso portfólio — destacou a diretora.

Mas, ao mesmo tempo em que a Petrobras reduz suas atividades, a volta dos investidores privados, interessados em ocupar o espaço deixados pela estatal, pode não ser tão rápida. Os advogados Paulo Valois e Sônia Agel, da área de petróleo e gás do escritório L.O. Baptista-SVMFA, alertam que as perspectivas são boas, mas somente o fim do monopólio da Petrobras no pré-sal não basta.

— A mudança nos contratos do pré-sal não é suficiente para atrair investimentos — destacou Sônia Angel.

Paulo Valois disse que há questões regulatórias a resolver sobre campos unitizados (reservas que extrapolam as concessões)

— Mas vemos uma luz no fim do túnel.

Agência Brasil

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza