Zika: pesquisadores brasileiros não veem motivos para mudar data da Olimpíada

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Pesquisadores brasileiros que participam do Programa de Computação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (PROCC/Fiocruz) e da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV) prepararam um artigo com uma série de evidências científicas indicando que não há motivo para alterar as datas dos Jogos Olímpicos [5 a 21 de agosto] e Paralímpicos [7 a 18 de setembro] do Rio de Janeiro. A mudança das datas foi proposta por cientistas internacionais em carta aberta à Organização Mundial da Saúde (OMS), preocupados com a chegada de turistas à cidade e que poderiam levar o vírus Zika para os seus países de origem.

O artigo publicado na revista científica Memórias, do Instituto Oswaldo Cruz, contesta o argumento porque a atividade do Aedes aegypti é muito baixa no Rio de Janeiro nos meses de agosto e setembro. A coordenadora do programa da Fiocruz, Claudia Codeço, informou em entrevista à Agência Brasil que o estudo levou em consideração dois fatores: a biologia do mosquito Aedes aegypti com a sua ação em temperaturas mínimas na cidade entre 22 graus Celsius (ºC) e 24ºC e os dados de casos de dengue registrados desde 2010.

A pesquisadora disse que o conhecimento acumulado sobre a biologia do mosquito, que além da doença transmite a Zika, indica, que em climas mais frios, o vírus demora cerca de 15 dias para sair do estômago do mosquito, chegar à glândula salivar e infectar uma pessoa. “Com as temperaturas de agosto e setembro poucos mosquitos conseguem completar o ciclo e transmitir a dengue e provavelmente a Zika também. Demoraria uns 15 dias de picar uma pessoa e transmitir para uma outra. Em 15 dias a chance dele morrer antes é muito grande, porque o mosquito tem uma vida curta”, explicou.

Sobre os casos de dengue, o artigo aponta que nesse período, a incidência da doença varia entre um e sete registros para cada 100 mil habitantes. “A nossa avaliação de quem tem acompanhado a dengue há muito tempo e a zika desde que começou é que de pelo menos para este período de agosto e setembro, realmente, a exposição a mosquitos contaminados com certeza vai ser bastante baixa”, completou.

Com base nas estatísticas, os pesquisadores estimam que, entre os 350 mil e 500 mil turistas esperados nas Olimpíadas, devem ocorrer quatro casos de dengue com sintomas, com a margem de erro variando entre um e 36. “É uma estimativa utilizando como referência a incidência de dengue nos últimos anos. A gente calcula quantos casos de dengue ocorrem por 100 mil pessoas com base no que acontece normalmente no Rio de Janeiro, nessa época, e usou este cálculo para poder extrapolar para que se essas 350 mil ou 500 mil pessoas chegarem quantos casos poderiam ocorrer nesta população”, disse.


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