por Fahad Mohammed
O povo foi às ruas.
Eram 20 centavos, depois não era mais sobre transporte.
As pessoas desejam uma mudança há muito tempo, elas só não sabiam que tinham força para mudar, muita gente pensava que o país estava fadado a pousar em berço esplêndido num ciclo vicioso onde a corrupção conduziria o rumo do país em um cenário onde poucos se locupletam às custas do dinheiro público.
Há alguns instantes caiu a Proposta de Emenda à Constituição 37, popularmente conhecida como a PEC da Impunidade. Sem qualquer exagero, há dois dias a aprovação de forma esmagadora desse dispositivo era dada como certa, o Ministério Público travava uma luta perdida e quem conhece um pouco de política sabia disso.
O grito do povo, então, chegou no Congresso. Mais precisamente na Câmara dos Deputados. E ficou claro porque o Governo Federal sempre passa o rolo compressor no Congresso e aprova o que quer e da forma que quer: o Congresso Nacional não aguenta pressão.
E a pressão vinda das ruas parece ser maior que a do Governo, se até o Renan Canalha, digo Calheiros, propôs à Dilma que reduzisse o número de ministérios. Mesmo sabendo que é oportunismo, ele pediu e, só o fez em razão do clamor das pessoas nas ruas. "Aahh, mas as pessoas não pediram isso!", alguém pode dizer, e eu retruco: "Então você é a favor de 39 ministérios?"
Agora o povo tem que perceber que tem o poder e que é hora de mudar o país de verdade. A derrubada da PEC 37 foi o primeiro passo, mas não é hora de baixar a guarda. É preciso uma agenda definida e é preciso continuar na luta.
No final teremos um país melhor, de uma forma ou de outra.