‘Não tenho raiva’, diz vigilante que ficou paraplégico após assalto

'Meu sonho é transmitir para as pessoas que independente das circunstancias a vida continua', diz Jeimyson (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)

‘Meu sonho é transmitir para as pessoas que independente das circunstancias a vida continua’, diz Jeimyson (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)

“Não tenho raiva alguma dele. Nenhum sentimento de pesar. Desejo apenas que ele cumpra o que tem que cumprir e que um dia ele tenha um encontro com Deus”. Foi desta forma que o ex-vigilante Jeimyson Nunes, de 26 anos, reagiu a prisão de Glaydson Emanoel Rosendo da Silva, de 18 anos. O jovem, que confessou ter realizado o disparo que deixou o Jeimyson paraplégico, foi preso nessa segunda-feira (9), após um roubo na Zona Oeste de Natal.

O suspeito foi preso durante um assalto no bairro das Quintas, na Zona Oeste de Natal. Segundo o delegado Jodelcir Pinheiro, a Polícia Civil já vinha identificado Glaydson – que na época do crime tinha 17 anos – como o autor do disparo, mas ainda não havia conseguido localizar o suspeito. Glaydson responderá pelo crime que deixou o vigilante paraplégico como menor, mas foi preso em flagrante pelo roubo desta segunda.

Jeimyson foi baleado no dia 4 de abril deste ano. Dois adolescentes entraram na farmácia aonde Jeimyson trabalhava, no bairro do Igapó, na Zona Norte de Natal. Um vídeo do circuito interno de segurança (veja ao lado) mostra o momento em que um dos adolescentes rende o vigilante e tira o colete e a arma. Na sequência, o outro adolescente atira à queima-roupa no vigilante. Jeimyson disse que lembra de todos os detalhes do dia do crime.

“Recordo de tudo. O menor veio durante à tarde analisar a loja e eu já fiquei de olho no movimento. Quando ele retornou à noite eu vi quando ele entrou, fiquei observando ele. Foi quando o outro entrou na loja também”, explicou Jeimyson.

O ex-vigilante ainda disse que não esboçou reação no momento do roubo para não colocar a vida dos clientes e nem dos funcionários em risco. “A minha atitude foi de não reagir justamente por pensar na segurança do pessoal na farmácia, dos clientes que estavam lá, dos funcionários, então eu preferi não reagir para trazer segurança ao pessoal. Infelizmente aconteceu o que aconteceu”, disse.

Recuperação

Jeimyson deu entrada no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior hospital público do Rio Grande do Norte, ainda na noite do crime, com uma perfuração de bala no pescoço. De acordo com o próprio vigilante, o estado de saúde era tão grave que os médicos duvidaram se ele conseguiria voltar a falar.

“Quando eu cheguei no hospital, o primeiro diagnóstico é que nem conseguir falar eu iria. Que  ia me alimentar por sonda, não ia movimentar nada do meu corpo. Hoje eu falo normal, me alimento muito bem e o movimento da parte superior já está voltando, Graças a Deus”, comemora Jeimyson.

Quanto aos planos para o futuro, Jeimyson diz que espera servir de exemplo para mostrar que nenhuma dificuldade pode ser maior que o desejo de viver. “Meu sonho é transmitir para as pessoas a mensagem de que a vida continua independente das circunstancias, sempre, sempre a vida continua. Há um dia melhor nos esperando”, concluiu.

G1 RN

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