Dificuldade em acordar cedo pode estar relacionada à genética e também ao ambiente
Novo estudo realizado no Instituto do Sono, em São Paulo, apontou que a dificuldade para acordar cedo que algumas pessoas possuem não é apenas uma questão de preguiça, podendo estar relacionado também com fatores genéticos e ambientais.
Mario Pedrazzoli, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), aponta que os indivíduos que residem próximo da linha do Equador têm tendência a acordarem e dormirem mais cedo. Nas regiões mais distantes da linha do Equador a tendência é que se tornem mais vespertinos.
Analisando estudos amostrais, os cientistas calcularam que a variação alélica em homozigose no gene PER3, ligada ao distúrbio do sono, está presente em aproximadamente 10% das pessoas, porém, uma pequena parcela desse grupo desenvolve a síndrome, sugerindo que o distúrbio é resultado tanto da genética quanto do ambiente em que a pessoa está vivendo. “Surgiu então a suspeita de que a posição geográfica em que a pessoa vive pudesse influenciar na regulação do sono" afirma Mario Pedrazzoli.
Foram entrevistadas 16 mil pessoas pelo Brasil. Os dados apontaram que durante o verão, devido ao sol se pôr mais tarde no Sul do país, os moradores ficam acordados por mais tempo. Diferente dos estados da região Norte e Nordeste, já nos períodos de inverno, o sol costuma nascer mais cedo nessas regiões, fazendo com que essa população acorde e durma mais cedo que os indivíduos moradores do sul do país.