Lava Jato já tem 81 condenados, totalizando quase 800 anos de cadeia e R$ 2,8 bilhões recuperados

Ao discursar na abertura do ano judiciário de 2016, no plenário do STF, o procurador-geral da República Rodrigo Janot prestou contas dos resultados da Lava Jato. Destrinchou dados recolhidos até 18 de dezembro de 2015. Até aquela data, a maior operação anti-corrupção já realizada no país havia produzido 80 condenações judiciais. Juntas, as penas somavam 783 anos e dois meses de cadeia.

Nesta segunda-feira, o juiz Sérgio Moro lavrou mais uma sentença. Condenou o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada a 12 anos e 2 meses de cadeia. Adicionando-se a novidade ao levantamento de Janot, sobe para 81 o número de condenações da Lava Jato. E as penas saltam para 795 anos e 4 meses de prisão.

Janot desfiou os números sentado ao lado de um dos mais notórios investigados da Lava Jato: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ignorou-o. Negou-lhe a gentileza de um cumprimento. Absteve-se de mencionar-lhe o nome ao cumprimentar as autoridades presentes. Também compunha a mesa o presidente do Senado, Renan Calheiros, outro alvo da operação. A dupla ouviu, impassível, o discurso do chefe do Ministério Público Federal.

Segundo Janot, foram protocoladas no Judiciário 36 acusações criminais contra 179 pessoas. Apontam o cometimento de crimes contra o sistema financeiro nacional e internacional, corrupção, tráfico transnacional de drogas, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Numa conta que inclui apenas os crimes já denunciados, disse Janot, o pagamento de propinas contabiliza R$ 6,4 bilhões. Desse total, R$ 2,8 bilhões já foram recuperados por meio de acordos de colaboração judicial. Por ora, apenas R$ 659 milhões foram repatriados. Bloquearam-se R$ 2,4 bilhões em bens dos réus.

Acusado por Cunha de associar-se ao governo Dilma para persegui-lo, Janot cutucou o desafeto, que fazia cara de poucos amigos na cadeira ao lado. “Enganam-se, de forma propositada, e interpretam de forma distorcida aqueles que questionam o nosso cerne. […] A autonomia e a imparcialidade daJustiça e do Ministério Público opõem-se a qualquer tipo de autoritarismo de caráter político, ideológico ou econômico. Nosso compromisso é com o Estado democrático e de direito.”

Festejados pelos investigadores e abominados pelos investigados, os réus que celebraram acordos de delação premiada com a força tarefa da Lava Jato já somam 40. Firmaram-se também, de acordo com o levantamento de Janot, cinco acordos de leniência, como são chamadas as colaborações de empresas. Celebraram-se, de resto, 86 acordos de cooperação com outros países —entre eles a Suíça, de onde vieram os dados sobre as contas secretas abertas por Eduardo Cunha.

Janot realçou: “Os poderes político, econômico e os setores da sociedade civil hão de entender que o país adentrou em nova fase, da qual os holofotes não serão desligados e estarão constantemente direcionados à observâncaia estrita do ordenamento jurídico. É isso que a sociedade espera do Ministério Público.”


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