Sindicato critica postura do presidente do TJRN
O posicionamento do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Santos, de não voltar atrás de medidas já anunciadas e/ou implementadas para conter gastos na Justiça Estadual acirrou os ânimos dos grevistas e deve dificultar negociação marcada para às 10h da próxima quinta-feira (16), na Câmara Criminal do TJRN. O presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sisjern), Bernardo Fonseca, disse que o desembargador “alimenta a imprensa com dados equivocados”.
Em entrevista publicada no último domingo (12) na TRIBUNA DO NORTE, o presidente do TJRN disse que todas as resoluções têm fundamento legal e foram baseadas na Constituição e na Lei Complementar 101. “Eu estou somente cumprindo ordens do Tribunal de Contas lastreado na Lei de Responsabilidade Fiscal, que é lastreada na Constituição da República. Eu gostaria muito de fazer o contrário. De chegar aqui e dar aumento, dar cargo comissionado, como todos os meus antecessores fizeram. Mas, isso parou. Chegou no limite”, declarou.
Bernardo Fonseca lamenta as declarações de Claudio Santos: “Estamos em uma semana de possibilidade de negociação e ele joga a população contra o próprio TJ. Eu digo isso com muita tristeza. Só posso lamentar essa atitude que em nada contribui com o diálogo”, diz o líder sindical, referindo-se à comparação que Cláudio Santos fez entre os salários dos servidores potiguares com os de outros estados.
De acordo com Bernardo, o chefe do TJRN erra ao correlacionar o salário base de outros tribunais com os vencimentos de funcionários antigos do RN. “Nosso valor inicial é R$ 2.960. Nós temos um plano de cargos e carreiras. Há 15 anos não tem concurso. Quase todos estão próximos ao final da carreira. E nesse caso, nós recebemos R$ 5.800. Mas quem entrar será com aquele valor e não existe mais a gratificação”, ressalta, ao explicar que a lei da Gratificação de Técnico e Nível Superior – GTNS foi revogada para novos funcionários. “Sou à favor de que tudo que for discutido vá pra imprensa. Mas porque não declaram os salários dos juízes e falam do auxílio-moradia de 5 mil reais pra quem chega a ter três casas?”, provoca Bernardo.
Com informações da Tribuna do Norte.