Cortes no Sistema S podem comprometer crescimento do RN, afirma secretário de Planejamento

FOTO: DIVULGAÇÃO/FIERN

O secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, avalia que um eventual corte de até 50% nos recursos destinados ao Sistema S pode comprometer o crescimento econômico do estado.

Freire acredita que tal medida afetaria diretamente a inserção de trabalhadores no mercado de trabalho. “Entendemos que o Sistema S tem uma flexibilidade de adequação da oferta de cursos à demanda muito mais ágil do que as instituições federais e estaduais. Obviamente que cortes de investimentos na área trarão prejuízos para qualificação profissional”, aponta.

A economia potiguar depende, cada vez mais, da força de mão de obra especializada para atender funções específicas da indústria local. Entre elas estão as de técnico profissional de eletrotécnica, metalmecânica, automação industrial, alimentos, edificações, agroindústria, álcool, açúcar e petróleo.

“Embora a gente tenha uma certa tradição e, portanto, uma mão de obra já qualificada, esse mercado passou alguns anos sofrendo com demissões. Então, precisamos de programa de qualificação para adequar a mão de obra a esse novo tempo de retomada, pelo menos na indústria de petróleo. Precisamos não só de retomar os investimentos nessas áreas, mas retomar também a qualificação da mão de obra”, ressalta Freire.

O Sistema S atua na formação de profissionais de todos os níveis, na elaboração de consultorias técnicas, desenvolvimento de novas tecnologias, atendimento a micro, pequenas, médias e grandes empresas, além de desenvolver a segurança, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores industriais no estado.

No SENAI Rio Grande do Norte, por exemplo, apenas nos três primeiros meses deste ano, foram oferecidas quase 4,5 mil vagas gratuitas, ou seja, sem nenhum custo aos estudantes. Desse total, quase 2,4 mil foram preenchidas em cursos de formação inicial e técnica profissional de nível médio.

Cerca de mil trabalhadores potiguares se matricularam também em cursos de educação básica no SESI em 2018, em busca de aprimoramento do currículo profissional.
Operador em empresa de alimentos, José Daniel da Silva, 35 anos, revela que já perdeu oportunidades profissionais por falta de diploma. Foi então que decidiu se inscrever em um curso de ensino médio à distância do SESI e, logo, veio a promoção que esperava.

“Na época, eu não fui promovido justamente porque eu não tinha o ensino médio que a empresa exigia. Juntou uma coisa com a outra: quando eu vi essa oportunidade de ensino à distância que a empresa estava oferecendo e essa possibilidade de me classificar como operador, eu vi que a chance era essa. Então, me dediquei”, conta.

Indústria

O setor industrial potiguar emprega cerca de 95 mil trabalhadores, produz mais de R$ 10 bilhões em Produto Interno Bruto (PIB), quase 1% da produção nacional. Os setores da construção, alimentos, serviços industriais de utilidade pública, extração de petróleo e gás natural, derivados de petróleo e biocombustíveis são responsáveis por mais de 80% da produção industrial do estado. Os dados são do IBGE.

Por Cristiano Carlos/Agência do Rádio Mais

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