EM LÁGRIMAS: ‘Provem e irei a pé para ser preso’, diz Lula

Ex-presidente fez discurso político, atacou o Ministério Público - e sugeriu candidatura em 2018

Emocionado, ex-presidente fez discurso político, atacou o Ministério Público e sugeriu candidatura em 2018.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou, nesta quinta-feira (15), sobre a denúncia do Ministério Público Federal, que o acusa de ser o “comandante máximo” da Lava Jato, além de ter recebido R$ 3,7 milhões em propina. “Todas essas denúncias, tenho a consciência tranquila, e mantenho o bom humor, porque me conheço, sei de onde vim, sei para onde vou, sei quem me ajudou a chegar onde estou, sei quem quer que eu saia, sei quem quer que eu volte”, disse.

Lula voltou a negar irregularidades e afirmou, com a voz embargada, que ganhou o direito de “andar de cabeça erguida” no país. “Provem uma corrupção minha que irei à pé me entregar à polícia.”
Em reunião em São Paulo, com a presença de várias lideranças políticas e de movimentos sociais, Lula disse falar como um “cidadão indignado”, e não como político. “Nunca pensei em passar por isso.” O ex-presidente disse que “construiram uma mentira” e agora é hora de “concluir a novela”. “Vão agora dar o desfecho, acabar com a vida política do Lula. não existe outra explicação para o espetáculo de pirotencia que fizeram ontem [quarta].”

Para Lula, a lógica de coletivas de imprensa como a do MPF é dar manchete, “mostrar quem vamos demonizar. Isso acontece desde 2005”. “O PT é tido como partido que tem que ser extirpado da política brasileira”, afirmou.

O ex-presidente defendeu o fortalecimento do Ministério Público e da Polícia Federal, mas disse que é preciso ter responsabilidade. “Respeito as instituições e respeito as leis. Vou prestar quantos depoimentos quiserem. É só me chamar”, afirmou.

Nota do PT
Antes da fala de Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, leu uma nota de repúdio à denúncia apresentada contra o ex-presidente e sua mulher. O texto, que foi escrito pelo diretório nacional do PT, criticou a “criminalização” do PT e a tentativa de retirar do poder os governos do poder.

“Ao denunciar, confessadamente sem provas, o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, além de Paulo Okamoto e outros cidadãos, o chefe dos procuradores sediados em Curitiba torna cada vez mais evidente o envolvimento de seu grupo na tramóia que levou ao golpe contra a presidenta eleita democraticamente. E desmascara sua intenção cavilosa, persecutória e autoritária, de antecipar, à margem da lei, um julgamento sumário e condenatório dos que elegeu, seletivamente, como vítimas”, diz o texto do PT.

O evento reúne o ex-ministro-chefe da Casa Civil Jacques Wagner, o senador Humberto Costa (PT-PE), a senadora Gleise Hoffmann (PT-PR), o presidente da CUT, Vagner Freitas, o deputado Vicentinho (PT-SP), o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), entre outras dezenas de lideranças do PT.

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), como Guilherme Boulos, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também marcam presença.

A denúncia
Na quarta-feira (14), o MPF denunciou Lula , a mulher dele, Marisa Letícia, e mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol afirmou que, segundo provas do MPF, Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato”.

 


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