DE VOLTA: Último sobrevivente do desastre aéreo, Neto desembarca em Chapecó

Felipe Rau / Estadão.

Felipe Rau / Estadão

O zagueiro Neto, da Chapecoense, desembarcou na noite desta quinta-feira em Chapecó para finalizar a recuperação do acidente aéreo do último dia 28 com a delegação da equipe na Colômbia. O retorno dele cativou a presença de cerca de 30 torcedores no aeroporto municipal da cidade, munidos com camisas e bandeiras, todos gritavam “o campeão voltou” quando a porta do jato se abriu e o jogador desceu em uma maca e foi levado à ambulância.

Era quase 22h quando o avião tocou o solo e motivou aplausos da torcida aglomerada na grade que separa o estacionamento da pista do aeroporto. O zagueiro se mostrou bastante comovido com o retorno e a recepção. No pequeno trecho entre a aeronave e o veículo que o levou ao hospital Unimed, Neto fez questão de acenar com a mão esquerda. O sobrevivente estava emocionado e fez um esforço para corresponder o apoio. A feição era marcada pelas cicatrizes no rosto e a presença de aparelhos médicos.

Outra recepção calorosa da torcida o aguardava no hospital. Mais bandeiras, aplausos, vídeos nos celulares e música religiosa, conduzida até por um violão, demarcaram a chegada dele ao centro médico. Com o retorno de Neto, todos os quatro sobreviventes brasileiros já retornaram ao País. O defensor foi levado do aeroporto municipal da cidade até o Hospital Unimed, onde seguirá internado por mais alguns dias.

No corredor de torcedores na porta do hospital, o grito de “Vamos, Chape” motivou novo aceno de Neto, considerado um guerreiro pelos médicos. O sobrevivente foi o último a ser resgatado no local do acidente, cerca de oito horas após a queda, e também o último a deixar a Colômbia. Os dois tripulantes bolivianos da LaMia foram os primeiros a retornarem ao país de origem, seguidos pelo goleiro Follmann (internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo) e do jornalista Rafael Henzel e do lateral Alan Ruschel. Os dois últimos estão hospitalizados em Chapecó.

Neto deixou a base aérea do aeroporto de Rionegro, nos arredores de Medellín, por volta do meio-dia no horário de Brasília (9h no horário local) e viajou em um jato com equipamentos de UTI, como desfibrilador e respirador, mais a supervisão de médicos e enfermeiros. A aeronave fez uma escala em Manaus antes de seguir para Chapecó, onde aterrissou no aeroporto municipal.

Antes de deixar o hospital o jogador posou para foto junto com o socorrista que o encontrou, Marlon Lengua. A imagem foi publicada no Facebook do irmão de Neto, Leonardo Zampier, e trazia um texto de agradecimento. O retorno do último sobrevivente, que não corre risco de morte, encerra a missão médica da Chapecoense em território colombiano depois de mais de duas semanas.

“Terminamos essa missão. Conseguimos em um curto tempo recuperar todos os atletas, é uma grande vitória. Levamos um pouco de carinho e um voto de recomeço para Chapecó. Viemos com o objetivo de levar os sobreviventes, mesmo que fosse um, para casa. Queríamos que ninguém mais perdesse a vida. Eram seis sobreviventes e agora, com o Neto, todos estão em casa”, afirmou o médico da Chapecoense, Edson Stakonski, que acompanhou todo o trabalho na Colômbia desde os primeiros dias.

O médico, inclusive, desembarcou do avião com a camisa do Nacional de Medellín, presente da diretoria colombiana. O corpo médico do clube considera ser possível o retorno de Neto ao futebol, já que o problema mais grave, a pneumonia, foi superada na Colômbia. A diretoria da Chapecoense garante que dará espaço no elenco no futuro para a volta ao futebol tanto do zagueiro como do lateral Alan Ruschel.

Agência Estado

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