Diretor do Mediapart diz que Bolsonaro é ‘o primeiro difusor de fake news’ no Brasil

Em entrevista exclusiva à Radio França Internacional, publicada em português nesta quarta-feira, 13, o fundador e diretor do site francês Mediapart, Edwy Plenel, afirma que o post publicado pelo cineasta belga-marroquino na plataforma do site contra a jornalista do Estado, Constança Rezende, “é uma mentira” da extrema direita brasileira.

“Esse post veiculou uma notícia falsa e ele foi instrumentalizado contra o livre trabalho dos jornalistas, contra o trabalho necessário de investigação dos jornalistas, pela direita e a extrema direita atualmente no poder no Brasil”, disse à RFI.

Plenel ainda afirma que o presidente da República, Jair Bolsonaro, é “o primeiro difusor de fake news” atualmente no Brasil. O presidente compartilhou em sua rede social o áudio publicado pelo portal “Terça Livre” com a tradução para o português, com a frase “Querem derrubar o governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”. Plenel defende que “o principal veiculador de fake news não é o povo: são os poderosos”.

O diretor do Mediapart também atacou o conteúdo do blog do documentarista e blogueiro belga, Jawad Rhalib, detentor da primeira divulgação dos áudios em inglês da conversa de Constança Rezende com um suposto estudante.

“Mais uma vez, o que ele fez não é jornalismo. O que ele publica é uma opinião. Uma notícia tem enquadramento, é verificada e com fontes. Então, o que ele afirma é falso. As gravações que ele obteve não estão em condições de se enquadrar na prática correta do jornalismo. Eu não acho que esse senhor seja um jornalista. Não é porque ele se declara jornalista que ele é jornalista. Ele é conhecido apenas como um cineasta, documentarista, que tem uma produtora na Bélgica”, defendeu.

Na segunda-feira, 11, o perfil do Mediapart no Twitter se posicionou em solidariedade à repórter do Estado e disse que as informações publicadas eram falsas. No dia seguinte, o texto do blog de Rhalib foi retirado do ar, mas mantido em um arquivo em PDF anexado com o post de esclarecimento do site, em razão da polêmica.

Ao esclarecer a medida, Plenel explicou que não é possível ter controle do conteúdo publicado no espaço de opinião do Mediapart. Segundo ele, há mais de dois mil blogs ativos, e por causa disso a “moderação é à posteriori porque respeitamos profundamente a liberdade de expressão, até por parte de pessoas que não pensam como nós. Não somos censores”, justificou. A exclusão do post foi feita após denúncia de desrespeito das regras de participação do site. O diretor do Mediapart afirmou que, caso Rhalib insista na veiculação de informações falsas, terá o blog permanentemente suspenso da plataforma.

Pessoalmente, Plenel expressou solidariedade à repórter do Estado, Constança Rezende, repetindo o posicionamento oficial do Mediapart. “Ela fez apenas seu trabalho de jornalista. É legítimo investigar sobre casos de corrupção, de falta de moral pública e de princípios democráticos”, avalia.

Estadão Conteúdo

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