Equipe econômica já admite estender o auxílio de R$ 600

Fila na Caixa Econômica no centro do Rio

Integrantes da equipe econômica já admitem, nos bastidores, que o governo pode ser obrigado a prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais para além dos três meses inicialmente previstos. Depois de o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, admitir esta semana que medidas como essa poderiam ter “vindo para ficar”, o Ministério da Economia divulgou nota na terça-feira negando essa possibilidade.

Fontes do governo, contudo, reconhecem que a pasta está sendo pressionada a estender o benefício e até a torná-lo permanente.

Para a prorrogação por um ou dois meses do auxílio, prevista inicialmente, a justificativa é que há um elevado grau de incerteza sobre o momento em que a atividade econômica voltará à normalidade. Cada mês a mais de pagamento de auxílio custaria cerca de R$ 40 bilhões para os cofres públicos.

Os técnicos ressaltam, porém, que ainda não é o melhor momento de falar publicamente sobre a hipótese de estender o benefício, e muito menos de abrir as discussões sobre mantê-lo após a pandemia. Mas já há debates internos sobre a possibilidade de tornar o auxílio permanente, de acordo com duas fontes que acompanham o assunto.

Ao mesmo em que se discute prorrogar o auxílio, o presidente Jair Bolsonaro deve vetar a ampliação para categorias como cabeleiros e motoristas de aplicativo, sob o argumento de que essas profissões já estão atendidas pelo critério de renda. O presidente também deve rejeitar o fim da exigência de o beneficiário não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

Projetado em R$ 98 bilhões, o gasto com a concessão do auxílio emergencial já chegou a R$ 123 bilhões e deve crescer mais. Até o momento, 50 milhões de pessoas já foram atendidas, e esse universo deve aumentar, porque os cadastros para requerer o benefício continuam subindo.

“O grande problema é que não temos nenhum horizonte sobre o retorno da economia à normalidade, e pode até ser que a transferência de renda à população tenha que ser prorrogada”, disse um auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Também faz parte dos estudos internos do governo a possibilidade de criação de uma renda básica para depois do auge da pandemia, mas isso não é consenso no Ministério da Economia. O valor do benefício poderia ser inferior aos R$ 600 pagos hoje como auxílio emergencial.

Segundo fontes da equipe do ministro Paulo Guedes, uma das ideias sobre a mesa é ampliar o Bolsa Família e ao menos dobrar a quantidade de beneficiários. Hoje, o programa custa pouco mais de R$ 30 bilhões por ano ao governo.

O mesmo valor seria necessário para colocar a ideia em prática. Como se trata de uma despesa permanente, é preciso encontrar fonte de receita para fazer a medida caber no Orçamento.

Técnicos avaliam que a crise deixada pelo novo coronavírus deve se estender por mais um ou dois anos, provocando um aumento do desemprego e reduzindo a renda dos trabalhadores informais.

Redução de outros gastos

Quem defende a manutenção do auxílio emergencial para além deste ano sugere um pacote de medidas para redução de outros gastos e obtenção de novas receitas, garantindo, assim, os recursos necessários. Seriam reduzidos, por exemplo, benefícios tributários dados a setores específicos da economia, que, segundo o Orçamento de 2020, hoje custam R$ 330 bilhões.

Fontes próximas ao Ministério da Economia afirmam que a ideia seria cortar algumas disfunções tributárias específicas, e não fazer apenas um corte linear nesses gastos.

O governo também pode propor revisão de benefícios considerados ineficientes, como o abono salarial e o seguro-defeso (pago a pescadores no período em que a pesca é proibida), como forma de compensação.

A nota do Ministério da Economia, divulgada na manhã de terça-feira, afirma que a pasta tem tomado medidas de caráter temporário para combater os efeitos do coronavírus.

“As despesas criadas neste momento de excepcionalidade não devem ser transformadas em permanentes para não comprometer a recuperação das contas públicas a partir de 2021 nem a trajetória sustentável da dívida pública”, informou a pasta.

Apesar de garantir que as medidas são temporárias, a Economia disse que benefícios sociais poderiam ser avaliados, diante dos pagamentos já efetuados.

“Essa crise trouxe, entretanto, uma oportunidade para avaliar a efetividade dos programas de transferência de renda e desenhar propostas de melhorias. Projetos para a reativação da economia estão em estudo e serão divulgados no momento oportuno”, finaliza o texto.

O Globo

Últimos Eventos

21/09/2019
São Vicente/RN
03/03/19
Master Leite
06/05/18
Parque Dinissauros - Povoado Sto Antonio (Cobra)
Março 2017
Aero Clube

Mais eventos

Jornal Expresso RN

Baixar edições anteriores

Curta Jean Souza no Facebook

Siga Jean Souza no Instagram

Empresas filiadas

Banners Parceiros

Design por: John Carlos
Programação por: Caio Vidal
© 2021 Direitos Reservados - Jean Souza