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Guedes avalia como abrir o programa de recuperação fiscal para 5 estados

O ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou a governadores em crise financeira que pretende flexibilizar o entendimento das regras para que possam ingressar no programa de recuperação destinado a estados em situação falimentar.

Segundo pessoas que acompanham as negociações, com o novo entendimento, pelo menos cinco estados poderiam aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal): Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará e Goiás.

A nova rodada de conversas está prevista para a próxima semana.

Até hoje, só o Rio de Janeiro conseguiu ser aceito. Ainda assim, o governador recém-empossado, Wilson Witzel (PSC), indicou que pretende rever as contrapartidas assumidas pelo estado, principalmente a privatização da Cedae, que deveria ser vendida até 2020.

Pelo contrato, a União pode executar as garantias e federalizar a empresa para vendê-la depois.
O maior benefício do programa é o congelamento do pagamento da dívida por três anos, prazo que pode ser prorrogado pelo mesmo período.

No caso do Rio de Janeiro, trata-se de uma ajuda de R$ 30 bilhões, mais R$ 7 bilhões de uma operação de crédito autorizada em 2017. Durante o governo de transição, os sete estados que estão em calamidade financeira —Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Mato Grosso e Goiás— pediram um novo programa que os ajudasse a cumprir as regras de responsabilidade fiscal.

As conversas avançaram com a equipe de Guedes nas duas últimas semanas.

Os estados pediram ao ministro pelo menos dois anos de suspensão do pagamento das dívidas com a União e a possibilidade de tomarem empréstimos. Os governadores dizem que Guedes se mostrou aberto ao pedido, mas, nos bastidores, sua equipe fechou a porta para secretários de Fazenda.

A opção oferecida então foi flexibilizar a interpretação da norma, para que os estados possam sanar problemas contábeis que os deixam inelegíveis ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal).

Os governadores terão de ajustar despesas com pessoal que, seguindo avaliação dos tribunais de contas estaduais, foram reduzidas.

No passado, a prática ajudou os governadores endividados a exibir contas menos negativas. Hoje, essa manobra atrapalha o ingresso no regime de recuperação.

O programa impõe três condições para adesão: a dívida acumulada ser maior do que a receita de um ano; o estado gastar mais de 70% da receita com pessoal e com juros; ter obrigações a cumprir superiores à disponibilidade de caixa.

Minas Gerais e Rio Grande do Sul tinham regras mais flexíveis para contabilizar os gastos com pessoal.
Os dois governadores já se comprometeram em enviar novos balanços corrigindo as distorções, o que deve ser suficiente para fazer com que o nível de endividamento permita o enquadramento.

Minas enfrenta um déficit orçamentário oficial de R$ 11,4 bilhões, que o novo governo diz passar dos R$ 30 bilhões.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tomou posse projetando déficit de ao menos R$ 4 bilhões no primeiro ano de mandato. Goiás enfrenta o obstáculo de outro critério, o que exige que a dívida líquida seja superior à receita de um ano.

Segundo a secretária de Fazenda, Cristiane Alkmin, falta ao estado cerca de R$ 1 bilhão para cumprir o requisito. Para isso, negocia com o ministério a contabilização de uma dívida de R$ 1,6 bilhão referente a salários em atraso de servidores e outra parcela com fornecedores.

Há divergências entre os técnicos das secretarias estaduais e alguns assessores de Guedes. Alguns consideram, por exemplo, que as contas atrasadas de Goiás não podem ser incluídas no cálculo porque não existe previsão de efeito retroativo nas regras vigentes.

Para sanar o problema, estudam um projeto de lei complementar que poderia ser enviado ao Congresso caso não seja possível um consenso.

O secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul, Marco Aurélio Santos Cardoso, afirma que um grupo de trabalho com técnicos do TCE (Tribunal de Contas do Estado) está avaliando como adaptar a contabilidade dos gastos para liberar o acesso do estado ao regime de recuperação fiscal.

Porém, ainda restam dúvidas sobre como o governo gaúcho vai solucionar a necessidade de privatização de ativos.

Leite quer preservar o banco estadual Banrisul, e as demais empresas que poderiam ser vendidas têm valor insuficiente para quitar o congelamento de juros do RRF.

Folhapress

Risco de rompimento foi citado na tensa reunião que aprovou licença da barragem

A ata da reunião extraordinária do órgão ambiental de Minas Gerais que aprovou em dezembro, de forma acelerada, a ampliação das atividades do complexo Paraopeba, que inclui a mina Córrego do Feijão, mostra que o risco de rompimento, que acabou ocorrendo nesta sexta (25), foi objeto da discussão.

Em 11 de dezembro de 2018 reuniu-se extraordinariamente a Câmara de Atividades Minerárias, na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, para deliberar sobre a licença para a continuidade das Operações da Mina da Jangada e a continuidade das operações da Mina de Córrego do Feijão.

Após ampla e acalorada discussão, com manifestação contrária da comunidade local por causa de possíveis abalos hídricos, representantes do governo estadual e das empresas aprovaram com folga as licenças: 8 votos contra 1, com 1 abstenção.

O representante do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Julio Cesar Dutra Grillo, justificou a abstenção citando ações que considerava corretas por parte da empresa, mas fez um alerta.

“Esse projeto traz algumas novidades positivas. Uma delas é o descomissionamento [eliminação] de uma barragem de 10 milhões que 2889 está acima de Casa Branca. A população de Casa Branca está preocupada com muitas coisas, com toda razão, mas não manifesta preocupação sobre aquilo que eu considero que é potencialmente o maior problema de Casa Branca”, disse Grillo.

“O que é esse problema? Casa Branca tem algumas barragens acima de sua cabeça. Muita gente aqui citou o problema de Mariana, de Fundão, e vocês têm um problema similar. E ali é o seguinte, essas barragens não oferecem risco zero. Em uma negligência qualquer de quem está à frente de um sistema de gestão de risco, aquilo rompe. Se essa barragem ficar abandonada alguns anos, não for descomissionada, ela rompe, e isso são 10 milhões m³, é um quarto do que saiu de Fundão, inviabiliza Casa Branca e inviabiliza ao menos uma das captações do Paraopeba”, acrescentou.

Mais cedo, ele havia dito que qualquer projeto que de mineradora que cai no órgão é aprovado porque os ambientalistas são minoritários.

A aprovação, com um licenciamento único e mais rápido, foi obtida através de uma diminuição do potencial de risco da barragem.

O licenciamento deveria ter sido realizado em três fases —de licença prévia, de instalação e de operação—, mas foi feito de uma só vez. Isso porque a mina Córrego do Feijão era tida como classe 6, com maior potencial poluidor e, por isso, necessitando um licenciamento ambiental trifásico. Ao passar para classe 4, pulou etapas de licenciamento.

“Sobre essa questão da classe 4 e do licenciamento ambiental concomitante em uma única fase, o nosso parecer de vista apontou trechos do Parecer Único da Suppri [Superintendência de Projetos Prioritários], que claramente demonstram que essa ampliação e continuidade da Mina da Jangada, concomitante com Córrego do Feijão, é para até 2032, um incremento de 88% na produção. Eu nem tenho a palavra certa para falar, mas é abominável que tenhamos hoje esse empreendimento como classe 4, quando sempre foi classe 6”, reclamou Maria Teresa Viana de Freitas Corujo, do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc).

Ela foi o único voto contrário às licenças. Segundo Curujo, a proposta não era de eliminação da barragem, mas de incremento de continuidade das minas Jangada e Feijão.

Rodrigo Ribas, superintendente da Suppri, rebateu as críticas de forma contundente.

“Senhor presidente, a equipe técnica terminou aqui a sua manifestação, e eu quero fazer um breve desabafo. Nós somos funcionários públicos, nós servimos à sociedade. Atualmente, nos últimos dois anos e pouquinho, nós temos servido à sociedade com os salários parcelados. Para o senhor saber, a minha equipe não recebeu o salário de novembro. Então, é extremamente desagradável que as pessoas, de maneira irresponsável, vil, cruel, cheguem para uma equipe sensacional, bacana, que está aqui em todas as reuniões disposta a discutir todos os pontos técnicos, todos os pontos políticos, todos os pontos jurídicos com quem quer que seja, e chamem a minha equipe de criminosa”, disse, se referindo a relatos de participantes da reunião.

Segundo ele, o processo de licença foi plenamente analisado e tratava-se de uma ampliação de um descomissionamento de barragem. “É um reaproveitamento de rejeito em barragem. (…) E aí vem um projeto que se propõe a apresentar um ganho ambiental a partir de inversão tecnológica, e nós vamos discutir aqui com base no acidente de Mariana. São casos completamente diversos. Nós tivemos muita tranquilidade naquele parecer que elaboramos e estamos muito seguros em relação a ele”, disse o técnico.

Folhapress

RN usou 50% da verba para presídios

Lançado em agosto de 2017 com o objetivo de tornar o sistema prisional do Rio Grande do Norte “humanizado, sistêmico e sustentável”, o “Plano diretor do Sistema Penitenciário do Rio Grande do Norte” (Pladispen/RN) não foi cumprido. A afirmação é da secretária de justiça e cidadania (Sejuc/RN), Arméli Brennad, que assumiu a pasta no início do mês. À época, o déficit de vagas no sistema prisional era 3.873 vagas, de acordo com a Sejuc/RN. Mais de um ano após o lançamento do plano, pouca coisa mudou. O objetivo do governo, de acordo com a secretária, é fazer uma revisão do plano e atualização dos dados.

Utilizando 50% dos R$ 53,7 milhões enviados pelo Depen, Governo fez melhorias no sistema. Cadeia de Ceará-mirim é a principal
Utilizando 50% dos R$ 53,7 milhões enviados pelo Depen, Governo fez melhorias no sistema. Cadeia de Ceará-mirim é a principal

A construção de dois presídios em Afonso Bezerra, como estava previsto no plano, está descartado, segundo Arméli Brennand. A Sejuc estuda a construção de novos presídios e de APACs, modelo menor e mais humanizado de presídio. Das três unidades prisionais projetadas, somente uma saiu do papel, a Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal, com capacidade para 603 presos.

Nesta segunda-feira (28), será realizada uma audiência na 5º Vara Federal, às 14h, ocasião em que a Sejuc poderá esclarecer a destinação dos R$ 53,7 milhões transferidos pela União. Os recursos foram repassados pelo Governo Federal, através do Departamento Penitenciário Nacional, que recebeu 22 projetos da Sejuc/RN para fundamentar a liberação da verba já transferida para a conta do Fundo Penitenciário potiguar.

Segundo a secretária, 50% da verba foi utilizada. Parte dela, inclusive, para a construção do presídio em Ceará-Mirim. “Também estamos fazendo ampliações na Penitenciária Mário Negócio, em Mossoró, e compra de armamentos. Os recursos estão sendo utilizados com a observância de todos os critérios legais, os devidos contratos e licitações”, esclareceu a secretária.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) cobra explicações sobre o caso. De acordo com o Ministério Público, a Sejuc recebeu, entre 2016 e 2017, respectivamente, repasses de R$ 44.784.444,44 e R$ 17.310.598,89. Porém, ainda segundo o Ministério Público do RN, somente R$ 7.792.799,47 foram executados com as ações previstas, ou 11.61% dos R$ 62.095.043,33 repassados.

Números

– R$ 53,7 milhões. Foi o valor enviado pelo Depen para o RN aplicar em 22 projetos. Metade foi utilizado

– 3,5 mil era a meta do Estado para abertura de vagas até 2022

Plano previa 3.500 novas vagas até 2022

Em cinco anos, o Pladispen/RN indicava a criação de 3.500 vagas para suprir o déficit nos presídios até 12 de abril de 2022, que hoje são superlotados. Para tirar o Plano Diretor do Sistema Penitenciário (Pladispen/RN) do papel, o Governo do RN precisa viabilizar quase R$ 300 milhões, entre obras e aparelhamento das unidades prisionais, que inclui a compra de mobília, munição, armamento, coletes balísticos, automóveis e equipamentos médicos.

No diagnóstico apresentado pelo Pladispen/RN ficou concluído um cenário grave em relação aos estabelecimentos prisionais potiguares: atualmente, não existe uma única vaga destinada ao preso em cumprimento de pena no regime aberto que, geralmente, se dirige aos fóruns ou à unidade prisional do semiaberto apenas para assinatura semanal. Também há falta de presídios apropriados para o cumprimento de pena no regime semiaberto.

Tribuna do Norte

Bolsonaro diz que rompimento poderia ser evitado e que caso pode ser mais grave do que se espera

Em entrevista a uma rádio de Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o rompimento da barragem da cidade poderia ser evitado. “A gente lamenta profundamente o ocorrido, a gente sabe que, a princípio, esse tipo de acidente pode ser evitado sim, nós temos só em MG em torno de 450 represas que acumulam esses resíduos aí que vêm da mineração”, afirmou.

Bolsonaro voltou a lamentar o rompimento de uma barragem e disse que gravidade do caso pode ser superior à esperada. “Dado o ocorrido, lamentamos mais uma vez e há a possibilidade sim de ser mais grave do que se está pensando porque atingiu sim o reservatário de funcionários da Vale”, afirmou em entrevista à Rádio Regional de Brumadinho 87.9 FM.

Segundo ele, o desastre ocorrido em Mariana em 2015, quando uma barragem de mineração se rompeu, deveria servir de alerta para evitar novos casos. “Ficaremos antenados 24 horas por dia para prestar informações, para colher informações também, de modo que nós possamos minimizar mais essa tragédia depois da de Mariana, que a gente esperava que não tivesse uma outra até por uma questão de servir de alerta aquela”, disse o presidente.

Ao ser indagado sobre o futuro da mineração diante do impacto ambiental da tragédia, Bolsonaro evitou listar culpados, mas disse que caberia à Vale “se antecipar a problemas”.

“A administração da Vale do Rio Doce não tem nada a ver com o governo federal. Apenas cabe a nós a fiscalização por parte do Ibama, que é um órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, e buscar meios para se antecipar a problemas, mas esses meios partem primeiramente da empresa que executa a obra”, afirmou.

folhape.com

Em Natal uso de celular ao volante gerou mais de 560 multas por mês em 2018, diz STTU

A Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) registrou uma média mensal de 568 infrações de trânsito de uso do celular ao volante em 2018. Em todo o ano, foram 6.823 casos iguais. Segundo o inspetor Carlos Eugênio, responsável pela fiscalização, o número é inferior às ocorrências de 2017, no entanto ainda é necessário que os motoristas tomem cuidado.

O inspetor informou que, em 2017, a média mensal de registros de infrações dessa natureza foi de 810, atingindo no ano a quantia de 9.720 casos. São 568 a mais do que no ano passado. “Isso (a diminuição em 2018) aconteceu por causa da fiscalização e das campanhas de conscientização”, argumenta Carlos Eugênio.

Ainda de acordo com ele, as infrações por uso de celular ao volante se dividem em três categorias: quando o condutor está segurando e olhando para o aparelho, quando manuseia e quando está falando ao telefone. Os números mostram que a primeira é a que tem mais registros.

“Muitas vezes quando eles estão parados no semáforo. As pessoas pensam que, por estarem com o veículo parado no sinal, não é infração. Mas é, pois o carro está em trânsito. Quando o motorista levanta a cabeça, após olhar, ou manusear o telefone, já se depara com outro cenário, diferente do que viu antes”, explica o inspetor.

O celular está entre as principais distrações ao volante, fazendo com que os motoristas avancem até 42 metros completamente às cegas. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto de Trânsito dos Estados Unidos, o condutor gasta entre 2 e 2,5 segundos em ações como ler ou escrever mensagens de texto ou digitar números de telefone.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) indica como infração gravíssima dirigir utilizando apenas uma das mãos em casos onde o condutor está segurando ou manuseando um telefone celular. O flagrante acarreta perda de sete pontos na carteira e a aplicação de multa no valor de R$ 293,47.

Infrações por uso de celular ao telefone 2018

Segurar telefone: 4.834
Manusear telefone: 1.314
Falar ao telefone: 675
Total: 6.823

G1

Flagrantes de trabalho escravo no Brasil chegam a 1.723 em 2018

No RN, duas operações resgataram 25 trabalhadores de condições degradantes na extração da palha da carnaúba e no polo ceramista

O número de trabalhadores flagrados em condições análogas às de escravo no país chegou a 1.723 em 2018. É o que mostram dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia. Em 2017, a SIT registrou 645 trabalhadores encontrados nessa situação. No Rio Grande do Norte, o resgate de 25 trabalhadores em novembro de 2018 revelou condições degradantes no extrativismo da carnaúba e nas cerâmicas do Vale do Assú.

No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, 28 de janeiro, os dados da SIT revelam que é no meio rural que a submissão do trabalhador a mero objeto na seara produtiva é mais frequente. Segundo o levantamento, foram flagrados 523 trabalhadores em condições análogas às de escravo em área urbana, enquanto que no meio rural foram registrados 1.200 casos.

A coordenadora regional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), procuradora do Ministério Público do Trabalho Lys Sobral Cardoso, afirmou que os casos de trabalho escravo urbano têm como um dos fatores o êxodo rural, que continua acontecendo no país. “Os trabalhadores continuam saindo do meio rural para o meio urbano. Por falta de oportunidades, eles se sujeitam a qualquer oferta de trabalho que surge, o que aumenta sua vulnerabilidade”, explica a procuradora.

Somente no ano passado, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.251 denúncias, ajuizou 101 ações civis públicas e celebrou 259 termos de ajuste de conduta (TACs) relacionados a trabalho escravo. Entre as atividades econômicas com maior número de trabalhadores nessas condições estão a pecuária e o cultivo de café. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo no Brasil, ferramenta desenvolvida pelo MPT em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 30,9% dos trabalhadores em condições análogas às de escravo são analfabetos e 37,8% possuem até o 5º ano incompleto.

Operações no RN – De acordo com a SIT, entre 1995 e 2018, 61 trabalhadores foram encontrados em condição análoga à de escravo no Rio Grande do Norte. Em resgate ocorrido em novembro do ano passado, em duas operações no Vale do Assú, 25 pessoas foram retiradas de condições degradantes de trabalho.

Nas frentes de trabalho de extração da palha da carnaúba que foram alvo da primeira operação, nenhum trabalhador encontrado havia sido registrado, não havia utilização de quaisquer equipamentos de proteção individual, apesar dos riscos que envolvem a atividade, e não havia qualquer controle de jornada de trabalho. A operação resultou no resgate de 19 trabalhadores, todos dormindo e fazendo refeições sem abrigo, na caatinga.

Já a operação realizada pelo MPT e Grupo Especial Móvel de Fiscalização no setor ceramista, que fiscalizou 31 olarias e cerâmicas, constatou o generalizado descumprimento de normas básicas de segurança, salubridade e higiene. Segundo o depoimento de um dos trabalhadores, as refeições eram preparadas em fogueiras improvisadas no chão da olaria, e não havia banheiros. Foram resgatados seis trabalhadores que foram localizados dormindo e fazendo suas refeições, sem condições de higiene e segurança, nas cerâmicas.

O número corresponde a 70% da marca histórica do Estado até então, que havia registrado o resgate de 29 trabalhadores que atuavam em Alto do Rodrigues, em 2004, e sete trabalhadores localizados em Maxaranguape, em 2008, todos empregados como mão-de-obra na fruticultura.

Segundo Bombeiros rompimento de barragem em Brumadinho deixa 200 desaparecidos

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas após o rompimento da barragem 1 da Mina Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho no início da tarde desta sexta-feira, 25.

Segundo a empresa, a área administrativa, onde estavam funcionários, foi atingida, assim como a comunidade da Vila Ferteco. A lama agora começa a chegar ao centro do município, pelo leito do Rio Paraopebas, que abastece 6 milhões de pessoas e é afluente do Rio São Francisco. Por enquanto, quatro pessoas foram socorridas e encaminhadas ao hospital.

Um sistema de Comando de Operações foi estruturado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica da cidade. Em nota, os Bombeiros informaram que “vários órgãos, principalmente de segurança pública, estão no local e em reunião neste momento definindo as estratégias de atendimento”.

Esses familiares reclamam da falta de informações. “Falaram para a gente vir para cá, mas não falam nada, não dão nenhuma informação. Estamos agoniados, completamente desesperados por notícias de nossos parentes e amigos”, afirmou a dona de casa Márcia Oliveira, que aguarda informações de irmão e de sobrinhos.

Agora RN

Nesta Segunda-Feira equipe da Secretaria do Tesouro Nacional visita o RN

Os técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) desembarcam em Natal, nesta segunda-feira, 28, para auxiliar a padronização contábil do Governo do Rio Grande do Norte. A visita acontece após o Estado ter sido considerado não elegível para o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Segundo o Tesouro Nacional, a visita é o complemento da reunião feita com os representantes da equipe econômica do Governo Estadual, que ocorreu no início do mês, em Brasília.

O objetivo do encontro é auxiliar a gestão estadual na tomada de ações para o equilíbrio das finanças. O ano de 2019, segundo informações do Estado, foi iniciado com uma dívida consolidada de R$ 2,6 bilhões. O valor corresponde aos débitos com folha salarial, pagamentos não honrados com fornecedores, atrasos nos repasses para os poderes e outros débitos fiscais.

Na última semana, em razão desta dívida consolidada do Rio Grande do Norte, a Secretaria do Tesouro Nacional definiu que o ente não é elegível para o Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Casso fosse autorizada o ingresso no regime, o Rio Grande do Norte teria a redução integral de prestações relativas a contratos de dívidas administrados pelo Tesouro Nacional, por um período de 36 meses. A medida também permite a contratação de operações de crédito com garantia da União.

Além disso, o Governo teria que seguir rigoroso plano de recuperação, que inclui privatização de empresas públicas e o aumento das alíquotas do sistema previdenciário estadual.

Em Brumadinho moradores relatam ‘amigos desaparecidos em meio ao barro’

Nesta sexta-feira, 25, uma barragem da Vale se rompeu no município de Brumadinho, em Minhas Gerais. A lama invadiu a portaria e o refeitório da Mina Córrego do Feijão por volta das 12h.

Os relatos são de que a lama seguiu em direção à Vila Ferteco e pode atingir o Museu Inhotim. Moradores da região relatam o sumiço de pessoas em meio ao barro. De acordo com as últimas informações concedidas pelo Corpo de Bombeiros, há cerca de 200 registros de desaparecimentos.

O morador Wederson Chagas comentou em uma publicação da CAPRICHO que “tem vários amigos e parentes meus que estão desaparecidos em meio ao barro. Estamos aflitos aqui sem noticias“. Genilda Dalabrida, dona de um restaurante na região afetada pelo acidente ambiental, contou à Agência Brasil que “a cidade está um pandemônio e as pessoas estão muito assustadas”.

O estado de alerta máximo é para as pessoas que moram perto do rio. A Vale do Rio Doce acionou o Plano de Atendimento a Emergências para Barragens assim que soube do rompimento. Moradores menos afetados pelo desastre já organizam mutirões de apoio às famílias mais afetadas. Até o momento da publicação desta matéria, o barro ainda estava sendo contido. Por isso, é difícil falar em números exatos de vítimas. Mas vocês se lembram do desastre de Mariana, que ocorreu há três anos? Pois é…

A jornalista e ex-BBB Ana Paula Renault postou nas redes sociais que também está organizando o mutirão. Todos podem ajudar.

Ônibus, carros e tratores são incendiados por criminosos no 24° dia de ataques no Ceará

Criminosos realizaram uma série de ataques contra veículos entre a noite de quinta-feira (24) e a manhã desta sexta-feira (25) em Fortaleza e Região Metropolitana. Na capital, homens armados assaltaram clientes de um posto de gasolina e, antes de fugirem, atearam fogo em um carro que estava estacionado no local. Bandidos também queimaram dois tratores, um ônibus e um micro-ônibus na capital e em Maracanaú. Já nesta manhã, uma van foi incendiada no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza. A violência no estado chegou ao 24º dia.

Desde o dia 2 de janeiro, quando começaram as ações criminosas, ocorreram 250 ataques contra ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 50 dos 184 municípios cearenses. As ações começaram em Fortaleza e se espalharam para a Região Metropolitana e diversas cidades do interior. A Secretaria da Segurança Pública do Ceará confirmou que 414 pessoas já foram detidas por envolvimento nas ações criminosas.

Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou 1.200 policiais militares da reserva para reforçar a segurança nas ruas. O Ministério da Justiça enviou agentes da Força Nacional e reforço da Polícia Rodoviária Federal para o estado. Policiais militares e agentes penitenciários de outros estados brasileiros também foram deslocados ao Ceará após o início dos crimes.

O posto de combustível foi atacado por criminosos no Bairro Papicu por volta das 21h. Clientes que estavam no local foram assaltados por dois suspeitos, que, antes de fugir, incendiaram um dos carros estacionados no local. Câmeras de segurança do local registraram a ação crimosa.

Conforme um funcionário do estabelecimento, os suspeitos assaltaram cinco clientes que estavam na calçada da loja de conveniência. O fogo foi controlado por funcionários do posto de combustível. Apesar do ocorrido, não houve feridos nem danos à estrutura do estabelecimento.

Veículos incendiados

Na manhã desta sexta, criminosos incendiaram uma van na Rua Capitão João Ferreira Lima. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada ao local e apagou as chamas.

Por volta das 22h de quinta-feira, dois homens invadiram o prédio do Centro Social Urbano (CSU) César Cals, localizado na Rua Coronel Matos Dourado, no Bairro Pici, em Fortaleza, e incendiaram dois tratores que estavam estacionados no local. A dupla pulou um muro que cerca a parte lateral do prédio e ateou fogo no estofado dos veículos.

As chamas foram apagadas por policiais militares com a ajuda de populares, que utilizaram baldes com água e conseguiram evitar que o fogo se espalhasse pelo prédio. Os tratores seriam usados em obras para a construção de um novo prédio. Os suspeitos fugiram em uma motocicleta.

Já na cidade de Maracanaú, na Região Metropolitana da capita, um micro-ônibus foi incendiado na Rua Chanceler Edson Queiroz, no Bairro Jardim Bandeirante. O veículo estava deixando funcionários de uma empresa na região, quando o motorista e oito passageiros que estavam no micro-ônibus foram rendidos por seis homens armados.

Um dos suspeitos atirou contra o veículo e o grupo ordenou que os passageiros deixassem do micro-ônibus. As chamas chegaram a atingir parte de uma fiação do local, mas não há informações de pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros foi acionado para o local e conseguiu controlar o incêndio.

Por de 22h40, um ônibus foi incendiado em frente ao condomínio Alameda das Palmeiras, no Bairro Pedras, em Fortaleza. Por conta do incêndio, houve registro de explosões no ônibus, que ficou destruído. O fogo foi controlado por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

G1 CE

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